Lembrar a obra poética de Diva Cunha
Por Pedro Fernandes
Demorou, mas demorou o tempo necessário. Julho de 2011 era o
mês adequado para que viesse online a terceira edição do caderno-revista
7faces. Sabemos, entretanto, que o mês foi ocupado com a programação de outro
lançamento: o da edição especial sobre e poesia de José Saramago. Esta edição
especial é que seria lançada em junho para que em julho a terceira pudesse
enfim aparecer. Não deu. As ideias minhas vão aparecendo umas sucessivas às
outras, como metástase. Foi quando soube do lançamento da primeira edição da
Cruviana que me veio interesse de firmar parceria com seu organizador e
fazermos uma sessão física e conjunta de lançamentos. Quem nos acompanha viu
que deu mais que certo. Vieram a lume duas edições literárias de fôlego.
Impossibilitado de ocorrer lançamento em julho que seja
estipulado, então, o mês seguinte para tal. Também não deu. Apesar dos
trabalhos já irem um tanto quanto adiantados, agosto não nos daria o gosto de
ver a terceira edição do caderno-revista pronta. Adiou-se para setembro. E com
o adiamento o compromisso inadiável. Agora, de setembro não passa.
Pois bem, aqui estou para dizer que a terceira edição do
caderno-revista 7faces está pronta. Vem com muitas novidades. Creio que o
material está mais arrojado. Homenageia a poeta Diva Cunha em dois textos
inéditos das professoras Ilane Ferreira e Conceição Flores. Ilane Ferreira é
doutora em Educação e professora do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte (IFRN) e Conceição Flores é também doutora em educação e
leciona no curso de Letras da Universidade Potiguar (UnP).
O trabalho de ambas
as professores no campo literário é de notável louvor. Uma, publicou em 2008, "O
romance da besta fubana": festa, utopia e revolução no interior do Nordeste; a
outra, publicou em 2000, Do mito ao romance: uma leitura do Evangelho segundo
Saramago, em 2006, As aventuras de Maria Teresa Margarida da Silva Orta em
terras de Brasil e de Portugal e, agora, em 2009, publicou em conjunto com
Zenóbia Collares e Constância Lima Duarte, o Dicionário de escritoras
portuguesas: das origens à atualidade – obra que já é uma referência para ambos países (Brasil e Portugal) e a qual tive o prazer de resenhá-la,
resenha, que diga-se, está no prelo para ser publicada em breve.
Soma-se a isso o talento poético de 14 poetas selecionados
para esta edição. E digo: é a edição que mais recebeu contribuições e, logo, a
que mais deu trabalho na definição dos nomes a serem publicados. E vem com um
perfil mais que abrangente. Com trabalhos do Brasil, Portugal e Chile. O caderno-revista,
conforme sabemos, comporta poetas de expressão portuguesa de várias partes do
mundo.
Quero, desses nomes, destacar três em particular. Um é o poeta
Márcio-André, carioca morando em Lisboa, que enviou seus três recortes inéditos
da sua já extensa e conceituada bibliografia literária. Basta que se diga que
o poeta conta hoje com tradução de sua obra em mais de sete idiomas diferentes e é um
dos expoentes da literatura digital no Brasil. O outro é o poeta português João
Negreiros, também um dos poetas que mais acumulam prêmios e que tem uma extensa
produção no campo da poesia e do teatro, além do igual interesse pela arte digital. João disponibiliza
na web verdadeiros momentos de êxtase poético ao recitar seus trabalhos. E o
outro nome é o do poeta carioca Jorge Lucio de Campos que enviou três trabalhos
também inéditos de dois livros seus, A véspera do rosto e Lição de alvura. Pode deixar que esses e outros particulares serão esmiuçadas ao longo de outras postagens no meu blogue pessoal, o Letras in.verso e re.verso.
E, por fim, dizer de dois trabalhos visuais que ilustram as
páginas desta edição. E que fique também, já, em primeira mão, o meu registro
de agradecimento. O artista plástico carioca Paulo Vieira que enviou cessão de
um conjunto de desenhos e que fiz questão de ordená-los numa breve exposição a
qual chamei Paulo Vieira, estudos. E o fotógrafo espanhol Chema Madoz que entra
nas páginas dessa edição num diálogo mais que harmônico com a proposta do
caderno-revista.
Portanto, não deixem de visualizar esta edição do caderno-revista
7faces que tem seu lançamento acordado para o próximo dia 30 de setembro no
espaço em que fica hospedado a ideia, aqui.
Comentários
Abs iara abreu
Então as luzes do "Sertão" iluminam outra obra literária...ótimo!
Aguardo a oportunidade para vê-la e lê-la!Mande abraços para o autor por mim, e fique aqui com outro pra ti!