Ritmo, humano e crítico, mas sobretudo ritmo, e Cuti

Por Vinícius de Silva e Souza Pouco nos surpreende a Companhia das Letras ter publicado toda uma coletânea dos poemas de Cuti, pseudônimo de Luiz Souza. Há uns anos a editora tem se empenhado na missão de acrescentar ao seu catálogo os grandes nomes dos Cadernos negros , uma série de publicações de literatura afro-brasileira iniciada em 1978 e que se tornou um importante espaço para divulgação da produção dos autores negros no Brasil. Daí, saíram Oswaldo de Camargo, autor de obras como 30 poemas de um negro brasileiro e A descoberta do frio , e também a grandiosa coletânea Não pararei de gritar , de Carlos de Assumpção. Assim, o nome que parecia mesmo ausente neste catálogo específico da editora era o de Cuti — agora, não mais. Apresentado em julho de 2024, Ritmo humanegrítico é uma antologia que possui o diferencial de, ao contrário da grande maioria de antologias, não reunir apenas textos antigos, contemplando períodos longínquos da trajetória de um autor, mas também ...