A ilha, os fantasmas e o despertar do imaginário

Por Afonso Junior Marc Ferrez. Ilha de Paquetá, 1885. A Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST) realiza anualmente um encontro — o Ghost Story Challenge. A ideia é, repetindo o que ocorreu com o lendário encontro, em Villa Diodati, entre Mary Shelley, seu esposo, Lorde Byron e seu empregado Polidori, inspirar os participantes com ambientes e temas fantásticos. O local escolhido foi a ilha de Paquetá, no fundo da baía de Guanabara no município do Rio de Janeiro. Ainda que bastante abandonada pelo poder público atualmente, a ilha é muito preservada e guarda histórias que remetem ao Império e ao romantismo. Eu poderia falar do livro que trouxe o romantismo para o Brasil, A moreninha (1844), escrito por Joaquim Manuel de Macedo, autor que inspirou o jovem José de Alencar. De Pedro Paulo Bruno, pintor que imaginou a ilha como refúgio bucólico romântico. Ou mesmo de nomes como João Saudade (um escravizado), do Solar de...