Cinco poemas (e um texto de prosa poética) de James Wright
Por Pedro Belo Clara (Seleção e versões) James Wright. Foto: Thomas Victor SÃO JUDAS (Saint Judas – 1959) Quando saí para me matar, encontrei Uns arruaceiros a distribuir pancadaria. Correndo para poupar a angústia do homem, olvidei O meu nome, o meu número, como começara o dia, Como os soldados deambulavam junto à pedra do jardim, Cantando divertidas canções; como o dia inteiro Os seus dardos mediram multidões; como por mim Regateei as moedas certas e fugi, ligeiro. Banido do paraíso, encontrei a vítima agredida, Despido, entregue ao seu choro, no chão ajoelhado. Larguei a corda, ignorei os uniformes, estuguei a passada: Então recordei o pão que a esta carne serviu de comida, O beijo que comeu a minha carne. Sem esperança, esfolado, Segurei o homem nos braços a troco de nada. ETAPAS DUMA JORNADA RUMO A OESTE (The Branch Will Not Break – 1963) 1. Comecei no Ohio. Ainda tenho sonhos sobre a minha casa. Perto de Mansfield, cavalos enorme...