LANÇAMENTOS
Resgate da Pontoedita recoloca
em órbita a obra ficcional de uma escritora ignorada até mesmo no seu país de
origem.
Manuela Porto nasceu em Lisboa em abril de 1908 e foi precursora em seu país na
divulgação da obra de várias outras escritoras traduzidas por ela: Anne Brontë,
Elizabeth Gaskell, Katherine Mansfield, Louisa May Alcott, Virginia Woolf foram
algumas dessas figuras. Além de tradutora, ela também escreveu, principalmente
crítica teatral, outra seara igualmente inóspita em seu tempo. Sua vida foi
breve: suicidou-se aos 42 anos com uma overdose de barbitúricos. Em 1952, um
grupo de amigos publicou o que até agora é a única obra de Manuela Porto
—
Doze histórias sem sentido. Este material é reaproveitado na
edição brasileira intitulada Histórias familiares e outras histórias.
Editado com o capricho já reconhecido da Ponto Edita, o livro é acrescentado de
um conjunto de nanocontos da atriz brasileira Maria Clara Spinelli
desenvolvidos a partir do diálogo com as histórias da também atriz portuguesa.
Você pode comprar o livro aqui.
O novo livro de María Fernanda
Ampuero, autora de Rinha de galos
e Sacrifícios humanos.
Ampuero já é conhecida por suas
narrativas brutais de horror social, nas quais expõe os infernos de ser mulher
em um mundo faminto e cheio de dentes. Em
Visceral, contudo, Ampuero
eviscera suas dores ― que também são nossas ― e disseca as micro e macro
violências do cotidiano através de textos autobiográficos que podem ser lidos
como crônicas. A violência de gênero, a violência sexual, a gordofobia, a
xenofobia, a violência do estado. Através de títulos autoexplicativos que
evocam sentimentos represados ― Asfixia, Fúria, Gritaria, Terror ― a autora
compõe uma orquestra de sofrimento que reverbera e penetra nos mais profundos
traumas e angústias do leitor. Este livro é um exemplo do que fazer com o
incêndio que nos consome diante das injustiças. No que transformar a tristeza?
Onde despejar nossa ira? Se não podemos escalar a casa, subir no telhado, e
gritar até arrebentar as cordas vocais e partir as articulações das mandíbulas;
se nos resta apenas seguir em frente e reprimir o desejo de chover sangue sobre
nossos agressores, temos apenas uma saída: a literatura. (Verena Cavalcante) O
livro sai, como os outros referidos, pela editora Moinhos. Tradução de Silvia
Massimini Felix.
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Retrato de meio século de
acontecimentos que abalaram o mundo, Olhar para trás
se baseia numa
história real que, já extraordinária por si só, se transforma nas mãos de Juan
Gabriel Vásquez em uma grande aventura. Um romance emocionante sobre o desejo
de um pai de dar um futuro melhor não apenas para os filhos, mas para todos à
sua volta.
Sergio Cabrera vive na Colômbia
cercado de arte e privilégios quando seus pais, desiludidos com as convenções
burguesas, decidem abandonar tudo e ir para a China, onde a revolução cultural
de Mao Tsé-Tung está em andamento. Foi então no maior país comunista do mundo
que Sergio e sua irmã, Marianella, passaram o fim da infância e os primeiros
anos da adolescência. Ali aprenderam chinês, se uniram à revolução, tornaram-se
membros da Guarda Vermelha e treinaram como guerrilheiros. Foi também na China
que a tempestuosa relação do jovem com o pai se intensificou, marcada por
silêncios e mágoas tingidos de amor e fascínio. Quando retornam à terra natal para
apoiar a revolução colombiana e somar forças às guerrilhas do interior, a
realidade se desdobra com muito mais perigos do que os antes enfrentados, e uma
mudança se faz necessária. Uma nova vida se descortina para Sergio, que dá
adeus à luta armada e se torna um dos principais nomes do cinema colombiano. Baseando-se na biografia do
cineasta Sergio Cabrera, Juan Gabriel Vásquez cria um romance épico mas íntimo,
sobre uma notável família que é completamente transformada ao se envolver numa
onda de revoluções históricas e ideológicas. Com tradução de Joca Reiners
Terron, livro sai pela Companhia das Letras.
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Chega ao Brasil o livro vencedor
do Prêmio Pulitzer de Ficção de 2019.
Um oficial da aeronáutica
americana mergulha desgovernado pelo céu com seu paraquedas e se salva ao
aterrissar sobre uma figueira-de-bengala. Um artista herda cem anos de retratos
fotográficos, todos da mesma castanheira destinada a sucumbir. Uma estudante
universitária é eletrocutada, morre e regressa à vida graças a algumas
criaturas de ar e de luz. Uma cientista descobre que as árvores se comunicam
umas com as outras e é desacreditada pelos colegas. Esses quatro personagens e
outros cinco desconhecidos — todos convocados de maneiras diferentes pelas
árvores — se reúnem em um último esforço coletivo para salvar os poucos
quilômetros restantes de floresta virgem do continente americano. Ao entrelaçar
histórias e vozes de maneira magistral,
A trama das árvores explora o
conflito essencial do nosso planeta: aquele entre humanos e não humanos. Existe
um universo próximo ao nosso — vasto, lento, interligado, engenhoso,
magnificamente inventivo e no entanto quase invisível para nós. Esta é a
história de um punhado de pessoas que aprendem a enxergar esse mundo e são
atraídas para a sua catástrofe em pleno desenvolvimento. Este é um livro para
todos que anseiam impacientes pela possibilidade regeneradora de mudança. Se as
árvores da Terra pudessem falar, o que diriam? “Escute. Há algo que você
precisa ouvir.” Com tradução de Carol Bensimon, o livro é publicado pela
editora Todavia.
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A editora Autêntica finaliza a
tradução e publicação em edições bilingues da obra de Horácio.
Aqui, lemos e ouvimos sobre tudo:
conselhos para o bem-viver, anedotas de conhecidos, notícias e bons alvitres
para um amigo em viagem, relatos sobre bruxas, casos de prostitutas, relatos
sobre jantares exagerados, insultos a desafetos ou elogios à vida no campo. As
Sátiras de Horácio, descritas pelos próprios romanos como um gênero
exclusivamente seu, revelam um olhar arguto e bem-humorado sobre a sociedade de
sua época, enquanto os Epodos trazem uma poesia de tom mais ríspido e
provocador. Já as Epístolas, entre conselhos e observações sutis, culminam na
célebre
Arte Poética, um dos textos fundamentais sobre a criação
literária no Ocidente. O que temos, então, são os versos de um dos mais geniais
escritores do mundo antigo transcriados por Guilherme Gontijo Flores. O
poeta-tradutor preserva a variedade estilística e a musicalidade de Horácio,
que transita da ironia sofisticada ao tom mais ríspido dos Epodos e à elegância
reflexiva das Epístolas. Além disso, oferece uma introdução e anotações
detalhadas a cada poema, guiando o percurso do leitor.
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A nova tradução para um dos
ensaios mais célebres de Virginia Woolf.
Publicado originalmente em 1929,
Um
quarto só para mim é um ensaio incontornável. Convidada no ano anterior a
pronunciar palestras na universidade de Cambridge sobre o tema geral de “as
mulheres e a ficção”, Virginia Woolf serviu-se da ocasião para cristalizar suas
reflexões de ordens variadas mas convergentes: a condição e a emancipação da
mulher no Ocidente, a natureza e as vertentes da escrita feminina, a
necessidade de reescrever a história da literatura — recorrendo, quando
necessário, à ficção e inspirada pelas possibilidades que a modernidade e o feminismo
inauguravam. Tudo isso com a verve, o humor, a potência intelectual, metafórica
e humana de quem, naquela mesma altura da vida, explorava todas essas
perspectivas em seu magistral romance
Orlando, de 1928, concebido na
sequência imediata de
Mrs. Dalloway (1925) e
Rumo ao farol
(1927). Nesta nova tradução de Sofia Nestrovski apresentada pela Editora 34,
Um
quarto só para mim é seguido por um comentário contemporâneo em que, sob o
título de “A querela das mulheres”, a crítica e escritora mexicana Margo Glantz
revisita o ensaio de Woolf à luz da condição feminina no século XXI e de uma
linhagem de escritoras latino-americanas encabeçada pela grande poeta da Nova
Espanha colonial, Sor Juana Inés de la Cruz.
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Entre 2016 e 2024, período de
turbulência política, social e econômica não só no Brasil, mas no mundo todo,
Tiago Ferro escreveu uma série de textos que perpassam o horror e a distopia
contemporânea; novo livro é uma seleção desse material.
Prisão perpétua reúne 27
escritos que vão de ensaios e intervenções a resenhas e experimentações
ficcionais. O texto que dá título ao livro é uma reflexão sobre sua chegada a
Princeton, Estados Unidos, cidade que o autor passou um ano com sua família por
conta de uma bolsa de estudos. A experiência do olhar estrangeiro e periférico
perpassa outras passagens da obra. O alcance e o fortalecimento da extrema
direita no Brasil e no mundo, a precariedade da vida e do trabalho e o
aprofundamento da economia neoliberal são também assuntos recorrentes. Os
livros, a música e outras manifestações culturais marcam parte da obra. Ferro
passa pela produção de nomes como Chico Buarque, Bob Dylan, Fernando Pessoa,
Roberto Schwarz e Judith Butler e os relaciona a temas contemporâneos. “Estamos
diante de uma forma curiosamente outra, que faz da atomização característica de
nosso tempo um método de aproximação com a realidade, emprestando elementos da
reflexão subjetiva à reflexão objetiva, nem sempre nessa ordem. Dessa outra
forma surgem o risco e o desnível de impressões que funcionam como força
ordenadora de textos mais longos, como também explodem pequenos fragmentos
herméticos, capazes de exigir do leitor tanto a referência teórica quanto a
vivida, para o complemento dos recortes”, escreve Nathalia Colli no posfácio. O
livro sai pela editora Boitempo.
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Um dicionário para a obra do
mais popular dos escritores brasileiros.
Os diversos textos que compõem o
Dicionário
crítico Jorge Amado procuram associar a vasta obra de Jorge Amado às
conjunturas e processos históricos nos quais ela se produziu. Abordando seus
títulos clássicos e também outros menos conhecidos, o livro reúne pesquisadores
de diferentes campos de conhecimento (história, estudos literários,
antropologia etc.) e de diferentes países e diferentes gerações. Jorge Amado
(1912-2001) talvez seja um dos escritores mais conhecidos dentro e fora do
Brasil, inclusive pela adaptação de muitos de seus textos para o cinema, para a
televisão e para o teatro. Para Marcos Silva e Nelson Tomelin Jr. este
dicionário se junta a outras obras que têm contribuído para uma leitura
ampliada e renovada de Jorge Amado e de seu tempo, desempenhando um importante
papel para a fortuna crítica do escritor. Publicado pela Edusp.
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REEDIÇÕES
Em abril, uma nova edição do
romance Homens elegantes
, de Samir Machado de Machado.
Ensinar, comover e divertir devem
ser as metas de todo grande escritor, segundo os preceitos da retórica
clássica. Neste perspicaz romance histórico, Samir Machado de Machado cumpre à
risca a receita dos mestres de outrora — mas adicionando elementos contemporâneos
bem vistosos, como referências à cultura queer e ao pop hollywoodiano. Eis,
bem-aventurado leitor, as prodigiosas aventuras de Érico Borges, agente secreto
de sua majestade, el-Rei dom José I de Portugal, na capital do Império
britânico. Súdito brasileiro da coroa lusitana, de pai reinol e mãe inglesa,
Borges possui educação e modos refinados, em contraste com a maioria de seus
conterrâneos, todos uns broncos. Nosso detetivesco protagonista é militar de
profissão e leitor compulsivo por vocação, mas depende do contrabando para ter
acesso a livros de autores como Shakespeare, Platão e Montaigne — cuja
importação àquela altura era proibida no Brasil. Um lance de sorte e astúcia, à
maneira das melhores cartadas de
whist, transforma seu destino. O conde
de Oeiras, eminência parda da coroa e futuro marquês de Pombal, requisita seus
conhecimentos livrescos para uma delicada missão de espionagem em território
estrangeiro: identificar os responsáveis pela difusão de um livreto
pornográfico na colônia sul-americana, que Lisboa atribui aos inimigos de
Portugal e da Igreja. Ambientado na Inglaterra dos princípios da Revolução
Industrial, Homens elegantes reconstitui com graça e rigor a geografia social
da subcultura gay da Londres georgiana. Através do detalhado pano de fundo
desse teatro urbano se movimenta uma trama imprevisível, repleta de mistérios,
paixões e reviravoltas. Além de numerosas figuras históricas, o universo pop de
Samir Machado de Machado também é habitado por uma galeria de personagens de
seus mestres da narrativa — de Thomas Pynchon a Italo Calvino, por Umberto Eco,
pelos games de
Assassin's Creed e os clássicos capa-e-espada da era de
ouro do cinema. A nova edição sai pela editora Todavia.
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RAPIDINHAS
Abril nas Edições Cosac 1. Cinco
novos títulos chegam aos leitores pela nova casa editorial de Charles Cosac e
todos de natureza acadêmica:
Caçadores de baleias, de Wellington Castellucci
Junior, examina a exploração baleeira no Atlântico Sul entre os anos de
1740-1850;
Viajantes de saias, de Ludmila de Souza Maia, investiga as
experiências de viajantes de duas escritoras, a brasileira Nísia Floresta e a
francesa Adèle Toussaint-Samson; já
Segunda visitação da Inquisição à Bahia,
de Angelo Adriano Faria de Assis e Ronaldo Vainfas oferece os documentos a
única visita registrada da inquisição portuguesa à Bahia.
Abril nas Edições Cosac 2. Os
outros dois títulos versam acerca das questões ligadas ao universo negro no
Brasil colonial. Em
Devoção negra, de Anderson José Machado de Oliveira,
o tema é a formação da fé católica entre os africanos trazidos para o Brasil;
Sinhás,
pretas, damas mercadoras, de Sheila de Castro Faria, discorre sobre
mulheres negras africanas que aqui conseguiram não apenas obter sua liberdade
mas também prosperar num tempo e contexto desfavoráveis. Os livros abrem a Série Crioula.
Abril nas Edições Cosac 3. A casa aproveita de reedita dois outros títulos que saíram inicialmente pela extinta Cosac Naify: a edição com uma seleta das novelas do
Decameron, de Giovanni Boccaccio; e o
livro dedicado a Tunga, de Catherine Lampert.
Mais Andrei Platônov. A Ars
et Vita anunciou para maio a publicação do segundo volume reunindo a contística
do escritor russo.
O amor pela pátria e outros contos reunirá oito
textos com ilustrações de Anna Cunha e tradução de Maria Vragova.
A próxima campanha de
publicação da Pinard. A editora abrirá financiamento para publicar entre
nós a obra de Cynthia Mcleod,
Quão caro era o açúcar, do
Suriname.
O título integrará a Coleção Prosa Latino-Americana. A autora estará no Brasil no mês de agosto e casa corre para entregar o livro até esta data.
OBITUÁRIO
Morreu Benito Barreto.
Benito Barreto nasceu em 17 de abril de 1929 em Guanhães, Minas Gerais.
Ainda adolescente foi morar em Belo Horizonte para concluir os estudos. É na
capital mineira que trata contato com duas frentes importantes para a sua obra
que se inicia na década de 1960: a literatura modernista em autores como Carlos
Drummond de Andrade e alguns autores que se tornaram também seus
contemporâneos, incluindo Roberto Drummond, Wander Piroli, Murilo Rubião,
Oswaldo França Júnior, Manoel Lobato e Rui Mourão; e a militância no Partido
Comunista Brasileiro. Interessado em articular a revolta armada contra a
ditadura refugiou-se no interior do Nordeste até se exilar na Rússia. Foi em
1962 que publicou o seu primeiro livro, Plataforma vazia, com o qual
venceu o Concurso de Literatura Cidade Belo Horizonte. Destacando-se pelo
romance histórico, Barreto ficou reconhecido pelos ciclos narrativos Os Guaianã”,
saga de uma guerrilha nos sertões da Bahia e de Minas Gerais e da qual o livro
de 1962 foi o primeiro título (os outros foram Capela dos homens, 1968; Mutirão
para matar, 1974; e Cafaia, 1975), e a tetralogia Saga do caminho
novo, na qual recriou de maneira ficcional a história da Inconfidência
Mineira. Este ciclo é formado pelos livros Os idos de maio (2009), Bardos
e viúvas (2010), Toque de silêncio em Vila Rica (2011) e Despojos:
a festa da morte na Corte (2012). Publicou ainda outros romances, crônicas
e relatos de viagem. Benito Barreto morreu em 17 de março de 2025.
Morreu Dag Solstad.
Dag Solstad nasceu em Sandefjord, uma pequena cidade costeira da
Noruega, no dia 16 de julho de 1941. Fez seus estudos na Universidade de Oslo e
trabalhou em várias frentes antes de se dedicar integralmente à literatura; foi
professor em Kabelvåg, jornalista para o Tiden, articulista na revista
literária Profil. Figura atuante na política de seu país, na década de
1970 integrou o Partido Comunista, e vários dos temas aí circulantes passou às
suas obras. Sua estreia como escritor data de 1965 com uma antologia de contos
construída pelos princípios da literatura moderna, base a partir da qual
encontrará a liberdade para o experimentalismo pós-modernista que marcará
definitivamente a sua obra até alcançar o reconhecimento da crítica e de seus
pares, incluindo Karl Ove Knausgård, Peter Handke e Per Petterson, como um dos
mais importantes escritores da Noruega no século XX. Deixou mais de duas
dezenas de romances, além de livros de cunho crítico e ensaístico. Até agora,
sua obra é praticamente inédita no Brasil. Em 2016 saiu Romance 11 Livro 18
(Numa Editora), o primeiro dos livros de Dag Solstad traduzidos por aqui;
quatro anos em seguida, a mesma casa editorial publicou Pudor e dignidade.
Em português, encontra-se ainda A noite do professor Andersen. Recebeu
inúmeros prêmios por sua obra; com Romance 11 Livro 18 (de 1992), o
Prêmio Norueguês de Crítica Literária — galardão que o alcançou com outros
livros, como o primeiro romance Irr! Grønt! (de 1969). Contam ainda na
lista, o Prêmio Honorário Brage e o Prêmio Nórdico da Academia Sueca. Solstad
morreu no dia 14 de março de 2025, mas a notícia só foi divulgada para a
imprensa três dias depois do acontecido.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
O que sei de você, de Éric
Chacour
(Trad. Letícia Mei, DBA, 272p.) Um romance secreto e conflituoso
entre dois homens implicados numa família matriarcal levantina em meio a um
Egito assolado de instabilidades pela Guerra dos Seis Dias.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
Cavalos no escuro, de Rafael
Gallo
(Record, 208p.) Reunião de dez contos de Rafael Gallo marca o
retorno do escritor à forma literária que o revelou; dez narrativas com figuras
e situações marcantes que reabrem o interesse para as nossas insuficiências, compulsões,
obsessões e dificuldades.
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3.
Eu vou, tu vais, ele vai,
de Jenny Erpenbeck (Trad. Sergio Tellaroli, Companhia das Letras, 368p.) Interessado
no tema da crise dos refugiados na Europa contemporânea, este romance conta a
história de um discreto filólogo que depois da aposentadoria começa a
reconstruir sua identidade como cidadão.
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VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
Conhecemos várias feições do
famoso escritor que ajudou a fundar o naturalismo na literatura, mas pouco a do
apaixonado pela atividade de fotografar. Esse gosto é revelado na exposição
Zola
fotógrafo, patente no Espaço Richaud, até abril de 2025. A mostra reúne
mais de uma centena de fotos tiradas por Zola e por aqueles que o cercavam
revelando que o escritor se apaixonou verdadeiramente por essa expressão à
volta dos 48 anos, quando havia terminado de compor o grande ciclo dos
Rougon-Macquart. Daí, ele se dedicou ao ofício até os últimos anos de vida:
comprou aparelhos, montou laboratório, experimentou diferentes processos de
impressão e atuou com personagem de vários dos seus registros. Não é o homem de
Germinal ou
L’Assommoir o que se revela nessa linha; é um Zola
interessado em capturar a intimidade familiar, mostrando-se afetuoso pai (como
nesta imagem) e amante dos animais, a atmosfera pacífica dos dias ensolarados
no campo ou no rio Sena. No forçado exílio em Londres, para escapar da prisão
quando condenado pelo seu artigo “J’accuse...!”, nota-se que a fotografia foi
seu suporte; além dos próprios registros londrinos, passa a testemunhar o tempo
distante de casa através dos registros do que ficou em Paris: os entes queridos,
a vida urbana, os monumentos da cidade. Certamente, um manancial precioso que
nos projeta outros possíveis do escritor. Veja
aqui.
BAÚ DE LETRAS
No passado 21 de março celebramos
mais um Dia Mundial da Poesia. Recordamos a bonita data, recomendando cinco
perfis de poetas entre os publicados recentemente aqui no
Letras. É um
gesto de dizer, procuremos suas obras e acrescentemos ao nosso repertório de
leitores. Começamos por Armando Freitas Filho —
aqui; um segundo, Cacaso, disponível
aqui;
aqui, o poeta galês Dylan Thomas; mais acerca do indispensável William Carlos
Williams
aqui; e,
Wislawa Szymborska.
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