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Mostrando postagens de dezembro 17, 2024

O monstruoso na literatura de Aurora Venturini

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Por Gabriella Kelmer Aurora Venturini. Foto: Claudia Bernaldo de Quirós   Publicados no Brasil pela Fósforo, com tradução de Mariana Sanchez, os romances As primas e Nós, os Caserta têm muito em comum. Este último — publicado inicialmente na década de 1960, depois reeditado em 1992 — tem a senioridade, tendo sido o ponto de inflexão em que talvez se tenha estabelecido, para a jovem Aurora Venturini, o espaço literário que a interessava ocupar. Entretanto, é sua literatura verdadeiramente descoberta na Argentina deste século apenas em 2007, por meio da vitória de As primas no prêmio Nova Novela do jornal Página/12 . Enfim, aos 85 anos, depois de décadas de uma imerecida desatenção do público, tornou-se, por uma radicalidade surpreendente no tratamento estético dado a temáticas pouco frequentes na literatura, uma escritora celebrada.   Fosse-me dado um único qualificador para a literatura da argentina, nas duas obras referidas, escolheria desconcertante. Não habitam em ...