O que nos observa em A árvore mais sozinha do mundo
Por Vinícius de Silva e Souza Desde há alguns anos que Mariana Salomão Carrara vem se mostrando uma grande narradora. Sua obra, bastante característica, peculiar e madura desde o início, tem como cerne a narração e o tempo (não por acaso já se declarou, por diversas vezes, leitora de Elvira Vigna). Mas, se em Se Deus me chamar não vou temos algo de cronológico na organização temporal da narrativa pelos olhos de uma criança, em É sempre a hora da nossa morte amém , temos uma narrativa mais intrincada e que se desdobra com o passar do tempo, na mente de uma mulher idosa; em Não fosse as sílabas do sábado trabalha com o vai e vem do luto também pelos olhos de uma única personagem; e, em A árvore mais sozinha do mundo , a autora rompe com estruturas estabelecidas para criar quatro narradores diversos que observam e discorrem sobre um mesmo ponto em comum: uma família. O espelho, o carro, a roupa e a árvore. Partindo de objetos inanimados e sempre tão presentes no cotidiano,...