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Tempo de retorno: “Os tempos da fuga”, de Giovana Proença

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Por Vinícius de Silva e Souza   Com reticências Giovana Proença inicia, de maneira simbólica, o seu romance de estreia: há algo anterior que não lemos. Há algo anterior que escapou. O que se relaciona perfeitamente à protagonista, Lígia (Ou Virginia?), que retorna ao Brasil com o início do período de anistia. Enfim é possível voltar para casa, depois de não poucas fugas. Mas a casa que deixou não é a mesma para a qual retorna.   Algo lhe escapou quando partiu; algo lhe foi tirado. E acompanhamos enquanto tenta retomar:   “não devemos retornar para onde fomos felizes, mas tampouco avisam sobre a impossibilidade de se deixar o marco do infortúnio. Estamos sempre presos à teia, contemplação do vácuo da dor. Abandona as ruas com a paixão do soldado que deixa o campo de batalha e a paixão do lavrador que ateia fogo à terra. Quantas partidas cabem no bolso?”   A autora constrói sua obra, por diversos momentos, com situações vivas e estáticas: a arma firma no rosto. A mão ...