Cinzas de T. E. Hulme
Por Christopher Domínguez Michael T. E. Hulme. Foto: George C. Beresford Foi graças a Thomas Ernest Hulme (1883–1917), esse grande rapaz provinciano, briguento e megalomaníaco, que Ezra Pound e T. S. Eliot encontraram em grande parte o seu caminho como poetas, graças à peculiar glosa por ele realizada, tão contraditória, aliás, primeiro de Nietzsche e depois de Bergson. O decisivo, em Hulme, foi a “A Lecture on Modern Poetry”, proferida em novembro de 1908, num salão de poetas de Londres logo abandonado pelo inovador por um salão à parte, o de secessão, que atraiu até mesmo o pintor, poeta e romancista Wyndham Lewis e o pintor e escultor Henri Gaudier-Brzeska. Hulme, estranhamente, considerava a escultura (e mais tarde a arquitetura) como as artes supremas, apaixonado como era, conceitualmente, pela argila moldável. T. E. Hulme opunha-se veementemente ao que considerava o romantismo, “essa religião tresmalhada”, como dizia, e um movimento obsoleto por ele associado ao sentimental