O passado que ressoa: a Palestina na literatura – resenha de “Homens ao sol”, de Ghassan Kanafani
Por Wesley Sousa Ghassan Kanafani. Foto: Bruno Barbey O filósofo alemão Theodor Adorno certa vez escreveu que depois do episódio de Auschwitz não era mais possível escrever poesia. Claro que muitos não levaram a afirmativa de forma literal e continuamos a escrever poesia sabedores que uma humanidade catastrófica foi instituída. Hoje em dia, alguém poderia dizer que o romance não suportaria a Nakba (“catástrofe”) palestina, porém, muitas pessoas seguirão a escrever romances. Agora televisionados e instagramáveis , os acontecimentos e suas consequências incalculáveis passam a olho nu. Ante tamanha barbárie que atravessa mais de sete décadas o povo palestino, não mais a poesia, mas o romance, agora, está inviabilizado ... Na mais atual ofensiva israelense — o braço armado estadunidense no oriente médio — contra os palestinos (e agora os libaneses, sírios e os iranianos), a chamada “literatura de resistência” não poderia deixar de passar pela Palestina, nem deixar de nos fazer enfati