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Mostrando postagens de novembro 8, 2024

Brutalidade e vazio ainda vivos em “O peso do pássaro morto”

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Por Vinícius de Silva e Souza   Cinco anos depois, reli o romance de estreia de Aline Bei. A primeira leitura, feita quando ainda era mero calouro do curso de letras, foi impactante e cheia de floreios. Já hoje, tanto tempo depois, profissional formado e pesquisador na área de literatura, retomei o livro simplesmente por me ver na pior posição que um leitor pode se encontrar: terminar a leitura de um livro no Kindle, no meio de um trajeto, e não ter mais nada para ler depois. Entre os tantos títulos no aparelho, escolhi reler esse.   E o que primeiro chamou atenção foi a estrutura em versos: na primeira leitura, pareceu um artifício sensacional e inovador. Já agora, em alguns momentos, me foi muito funcional, quando a autora traz palavras precisas e construções originais, dignas da brincadeira linguística que apenas a poesia consegue realizar, enquanto em outros, a sensação de que uma prosa tradicional seria mais adequada veio com força. Pareceu que a autora apenas bateu a tecla enter