Mortes de intelectual
Por Violeta Leiva Sebastian Stoskopff. Até que ponto a nossa ocupação determina a forma como morremos? Deixando de lado os acidentes de trabalho, é mais provável que um vendedor de enciclopédia se engasgue com um camarão do que um toureiro? É sabido que há uma multiplicidade de fatores condicionados pelo trabalho — exposição a substâncias tóxicas, stress, esgotamento físico, sedentarismo, hábitos alimentares etc. — que acabam por ter uma influência mais ou menos direta, para bem ou para mal, da maneira como terminaremos nossos dias. Poderíamos pensar que as ocupações intelectuais, por não implicarem à primeira vista um risco físico significativo, têm pouca influência nos fins daqueles que as realizam. Talvez a corroboração de uma estatística que não possuo não seja necessária para confirmar que o trabalho intelectual é, no entanto, uma atividade de alto risco. As dificuldades e resistências enfrentadas por quem se esforça para preencher páginas e páginas — seja o resultado um grande