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Mostrando postagens de outubro 31, 2024

É a Ales, de Jon Fosse

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Por Pedro Fernandes Jon Fosse. Foto: Ole Berg-Rusten   Depois de vários anos inteiramente dedicados à escrita para o palco, Jon Fosse regressa à prosa ficcional com É a Ales ; àquela altura, somava mais de sete dezenas de títulos, incluindo poesia, novela e livros para a literatura infantil e era reconhecido um dos dramaturgos mais importantes do seu tempo e entre os vivos um dos mais representados no mundo. O destaque no teatro parece constituir uma marca importante no restante do seu universo criativo e dizemos isso considerando este romance de 2004.   Uma das incursões de Fernando Pessoa pelo teatro, O marinheiro , se tornou exemplo para o que ele próprio designou como teatro estático, “cujo enredo dramático não constitui ação — isto é, onde as figuras não só não agem, porque nem se deslocam nem dialogam sobre deslocarem-se, mas nem sequer têm sentidos capazes de produzir uma ação; onde não conflito nem perfeito enredo.” 1 O designativo do poeta português cai bem para compreenderm