Morte em pleno verão, de Yukio Mishima
Por Eduardo Galeno Mishima por Kishin Shinoyama em A morte de um homem . Mishima se forma dentro de mim como um autor que, quando leio, sinto um mecanismo sem limites de prazer textual. O seu repertório em descrever e narrar situações humanas é encontrado vastamente nas miúças. Minha introdução na prosa dele, me lembro, foi Vida à venda , algo de insultuoso em relação à vivência do cotidiano, praticado por um jovem, dormente, determinado a se matar por um preço. O livro é quase do fim da existência de Hiraoka — Kimitake Hiraoka é o nome verdadeiro — e excedeu, para mim, justamente nesse apanhado de histórias em que alguns tipos são desenvolvidos. Muitas espécies de jogo narrativo — rítmico, inclusive —, personagens e ideias estão remexendo no que ele escreveu. É um quadrado de exposições, possivelmente vindo através da fusão conceitual da totalidade poética de Mishima, que vai ganhando corpo durante a leitura. Morte em pleno verão confere uma severidade tremenda, que assusta um