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Oito poemas de “O Orvalho Numa Folha de Lótus”, de Ryokan

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Por Pedro Belo Clara (Seleção e versões)*     I.   quem disse que os meus poemas são poemas? os meus poemas não são poemas quando souberes que os meus poemas não são poemas então poderemos falar de poesia!       II.   quando era jovem passeava pela cidade, um rapaz alegre e charmoso ostentando um manto do mais suave que há montado num esplêndido cavalo castanho durante o dia, galopava pela cidade de noite, embriagava-me de pétalas de pessegueiro, junto do rio nunca pensava em voltar para casa quase sempre acabava os meus dias num pavilhão do prazer com um grande sorriso no rosto!         III. ao meu professor   uma velha campa, escondida no sopé duma colina deserta coberta de ervas daninhas, crescendo sem controlo ano após ano não há quem cuide da campa só de quando em vez um lenhador passa por aqui em tempos fui seu discípulo, um jovem de grande cabeleira absorvendo toda a sua sabedoria junto do Rio Estreito uma manhã iniciei a minha jornada solitária e em silêncio os anos passaram