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Mostrando postagens de outubro 14, 2024

Han Kang, o romance como arte da deambulação

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Por Pedro Fernandes   O homem é um ser que oferece sua vida incondicionalmente para salvar uma criança caída nos trilhos do metrô, mas também é um ser que pode matar outro homem inocente em Auschwitz. Será então possível que o homem possa viver verdadeira e integramente neste mundo?   — Han Kang, “Meu estilo de escrita” Han Kang. Foto: Paik Duhim.   Quando, no Brasil, muitos acordavam ou ainda estavam na modorra do início da manhã, chegava às telas a notícia com o nome do Prêmio Nobel de Literatura, como acontece ano a ano. Desta vez, um espanto terá expulsado as últimas nuvens de sono que teimavam mesmo depois da xícara de café. Os atentos à rotina da Academia Sueca nos últimos anos esperavam o anúncio de uma escritora; as agências de aposta estimavam com a chinesa Can Xue que o júri finalmente deixaria o eixo Ocidental e privilegiaria, como muitas vezes foi recorrente, um nome fora da comunidade linguística anglo-saxônica ou nela protagonista. Han Kang confirmou a primeira possibilid