Todos juntos, de Vilma Arêas
Por Eduardo Galeno Num sentido certeiro, nós podemos enunciar que Vilma Arêas é mestre da forma breve. O que significa: ela detém esse aspecto correlativo que o conto curto — sem o floreio técnico da narração do romance ou da novela — precisa ter para dar seu respiro de vida. Em Todos juntos , reunião de escritos ficcionais do período entre 1976 e 2023, quer dizer, de toda a sua ficção (que começa em Partidas , sob a ditadura militar, e escoa em Tigrão , escrito durante o governo Bolsonaro e a pandemia da covid-19), Arêas elenca variações do seu estilo como “contista”. Contista entre aspas: ela, além de resgatar a astúcia da velha estrutura das histórias lineares, também brinca com o conto não-genérico. Vilma adentra num jogo que é assumidamente característico da contraparte dos escritores de nosso tempo: não generalizar. Ou melhor: não corresponder — pelo menos no limite da produção, do mercado e da distribuição literárias — ao ethos dominante. Seus contos poderiam ter sido pos