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Mostrando postagens de setembro 18, 2024

Afire, ou o cinema como possibilidade de salvação

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Por Alonso Díaz de la Vega   Que estranho é o cinema de Christian Petzold! E não por razões aparentes. Se prestarmos alguma atenção, dá um ar convencional: seu estilo é econômico e rejeita tanto o minimalismo que enfatiza a passagem do tempo, quanto o (pós)modernismo que explora a forma cinematográfica através de cortes, planos e sons notórios. Na filmografia de Petzold, como no cinema clássico, a câmera não é percebida, a narrativa e os atores assumem a liderança, mas às vezes ficamos desconcertados: Transit (2018) se passa na França ocupada pelos alemães, mas aparecem carros e roupas da atualidade; Barbara (2012) e Phoenix (2014), que junto com Transit compõem uma trilogia sobre o amor esmagado pela história, mantêm um diálogo com o Novo Cinema Alemão e sua radicalidade, enquanto Undine (2020) é uma fábula romântica entre um humano e um criatura aquática, embora não tenha efeitos especiais e se distraia refletindo sobre a história de Berlim.   Em Afire (2023), filme mais recen