Postagens

Mostrando postagens de setembro 10, 2024

Pressinto os anjos que me perseguem, de Helena Jobim

Imagem
Por Henrique Ruy S. San tos   A morte é uma condição que a gente vive acordado. Ricardo Lísias¹ Toda literatura que pretende dar conta de acontecimentos reais apresenta uma armadilha ao crítico, e mesmo ao leitor comum. E essa armadilha é tanto mais insidiosa quanto mais íntima é a natureza dos fatos narrados, como costuma acontecer na autoficção. Explico: um livro (mas também um filme, uma série de TV etc., especialmente as produções do gênero documentário), ao estabelecer de antemão seu nexo indissociável com determinados fatos, pode levar o leitor a equivocadamente assumir como baliza crítica a fidelidade da narrativa a esses acontecimentos que pretende narrar.  Quando os fatos pertencem à vida pessoal do narrador, o leitor e/ ou o crítico, caso caia na armadilha, corre o risco de neutralizar-se por total, pois nem o critério da fidelidade à realidade é praticável, uma vez que os fatos não são públicos nem verificáveis a priori . A sensibilidade da matéria e o enquadramento do texto