Nossas noites: a pequena última pérola de Kent Haruf
Por Vinícius de Silva e Souza “Addie apagou a luz. Cadê a sua mão? Bem aqui do seu lado, onde ela sempre está.” “E então um dia Addie Moore fez uma visita a Louis Walters”. Com tamanha simplicidade Kent Haruf inicia aquele que viria a ser seu último romance: apenas uma senhora indo visitar seu vizinho. Mas o que se desencadeia a partir daí, não possui nenhum vestígio de superficial ou banal — muito pelo contrário: em suas cento e cinquenta e sete páginas, na edição brasileira, Nossas noites vai fundo na solidão da terceira idade e nas conexões humanas. O enredo: Addie decide começar a passar as noites com seu vizinho de longa data Louis. Ela, viúva, ele, também. Assim que faz a proposta, de que ele vá à casa dela todas as noites apenas para conversarem e dormirem juntos, logo deixa claro: não é sobre sexo; e sim, sobre solidão: “Estou falando de ter uma companhia para atravessar a noite, para esquentar a cama. De nós nos deitarmos na cama juntos e você ficar para passar a no