Canção de guerra em azul
Por Eduardo Galeno IKB 191 (1962), Yves Klein. Wikipedia Commons (domínio público) I Eu não sei os sintomas da Aids (experiência: não sinto). Mas Derek Jarman falou e demonstrou que eles têm a cor azul (minha e de muitos a cor favorita na infância). Jarman, por acaso, é um desses cineastas que gosto de ver, seja lá sobre o que seja sua produção: sobre um pintor renascentista, uma tradução fílmica da peça de Shakespeare ou um retrato da revolução punk na Inglaterra. O corte que me lança ao ver os seus filmes, apesar de escondido, não é complexo de afirmar: ele tem a ver com uma dupla identidade: a da criação/ destruição de formas artísticas. Blue , de 1993, é mágico nesse quesito. Estende o novo a partir de antiguidades. O conteúdo é próximo porque ele nos revela a violência contida na biopolítica que assolou milhares, incluindo ele, ao longo das últimas décadas do século XX, em um contexto em que a doença era pouco combatida pela via farmacológica. Prestem atenção nessa palavr