Boletim Letras 360º #597
Domenico Starnone. Foto: Laurent Denimal LANÇAMENTOS O exame delicado de como a descoberta do amor e a tomada de consciência da morte parecem confluir, marcando o fim da infância e anunciando a vida adulta, com suas luzes e sombras . Nápoles, anos do pós-guerra. Um menino passa horas na janela do apartamento fantasiando ser poeta. No prédio da frente, uma menina linda de vasta cabeleira negra se arrisca dançando no parapeito da sacada. Por um amor assim, um menino destemido pode se lançar a proezas extremas, como falar italiano (e não mais napolitano, a língua da família e da intimidade). Papel fundamental na sua vida tem a avó, a velar sobre suas bravatas, sentada no cantinho da cozinha, contando histórias do passado e explicando nossa relação com os mortos. Ela não é hábil com as palavras, mas o que lhe falta de domínio do idioma sobra em imaginação, calor e afeto. Há também um amigo, o arrojado Lello, igualmente fascinado pela menina. Línguas conta a história desses três person