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Orígenes Lessa e as riquezas invisíveis da literatura

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Por Guilherme França Orígenes Lessa. Foto: Arquivo IMS (detalhe)   Durante uma entrevista, certo escritor disse, com ironia, a seguinte frase: “nunca vi no jornal uma vaga de emprego para intelectual”. Por óbvio, a ironia está no fato de que ser um intelectual não é, em si, uma profissão. Mas a frase também escondia uma fina crítica ao fato de que os estudos se tornaram quase sempre instrumentais, ou seja, para que se possa fazer alguma coisa; o estudo precisa ter uma finalidade clara (para quê?) para então possuir alguma utilidade. Não costumamos, portanto, enxergar o estudo como um valor em si, que contribui para o crescimento e formação do próprio indivíduo; em vez disso, o enxergamos, na maioria das vezes, apenas como um meio de ascensão socioeconômica.   Trazendo essa reflexão inicial para a literatura, na obra O feijão e o sonho , de autoria de Orígenes Lessa e publicada pela primeira vez em 1938, temos, na minha opinião, uma das melhores e mais fidedignas narrativas a respeito