Para lembrar João do Rio, o ficcionista
Por Pedro Fernandes João do Rio, 1912. Revista Fon Fon . Como é comum para a imensa maioria dos escritores brasileiros, a obra de João do Rio encontra-se engalfinhada na mesma fila da longa espera por uma publicação organizada — definitiva, como se costuma dizer. Projetos dessa natureza são cada vez mais escassos num mercado editorial completamente seduzido pelo capital, e assim, quando muito, interessado apenas no essencial. E, nesse caso, o destino da obra do cronista padece ainda de outra miséria: entrada em domínio público, cada editor publica, muitas vezes, edições de qualquer maneira, visando o único critério do lucro. Também, certa escolha dos destinos do nosso cânone, congeminada ao centralizador interesse do modernismo paulista, atingiu em cheio a obra do cronista da Belle Époque carioca; o seu e outros nomes ficaram presos no nebuloso limbo do pré-modernismo e mesmo aqui acabaram jogados para o fundo das estantes porque existiram, no tempo deles, certas obras mais aproxima