Contra os poetas (II)
Por Alejandro Zambra Giorgio De Chirico. Praça , 1913. Dois anos atrás, os editores da Etiqueta Negra deram início a uma nova seção da revista que consistia em escrever contra os colegas, ou, como então me explicou Marcos Avilés, “contra os males do ofício, os vícios e enfermidades da ocupação”. Neste contexto Martín Caparrós escreveu contra os cronistas; Alberto Fuguet, contra os cineastas; e Marcos me pediu que escrevesse contra os poetas. Aceitei, claro. Escrevi — a sério e brincando — uma diatribe a partir de minhas próprias experiências. Pareceu-me uma honra fazer uma versão incidental [de paso], modesta, do divertido ensaio de Witold Gombrowicz. 1 Lembro de logo ter recebido algumas reações favoráveis, que em geral valorizavam a veia satírica do artigo. E em seguida dele me esqueci, ou melhor, arquivei-o para sempre, ou pensava que para sempre. Tempos depois, quando a publicação completava quase um ano, Luis Martínez Solorza, o homem polivalente por trás de letras.s5.com