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Mostrando postagens de julho 28, 2024

Seis poemas de Robert Walser

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Por Pedro Belo Clara Robert Walser. Foto: Carl Seelig   O LONGE   Eu queria estar parado, mas o longe chamava; passei por árvores escuras, sob as árvores escuras quis parar um instante, mas o longe chamava; passei por prados verdes e nesses prados verdes eu queria parar, mas o longe chamava; passei por casas pobres, e junto de uma delas eu queria parar, contemplando a pobreza; e enquanto o fumo, calmo, sobe ao céu, o que eu queria era ficar parado, longamente. Ia dizendo isto e ria, e o verde dos prados ria comigo, e o fumo ia subindo, sorridente, mas o longe chamava.     FORA DO MUNDO   Faço o meu caminho a sós, leva-me longe, bem fundo; depois, sem um som, sem voz, estou só e fora do mundo.     FILOSOFIA A MAIS   Sempre a subir e a descer, levo uma vida assombrada. Chamo por mim sem parar e fujo dessa chamada.   Vejo-me em poses de riso, depois em tristeza funda, como um orador sem siso; e tudo isso se afunda.   Em minha vida, quero crer, nunca nada fez sentido. Eu nasci para me per