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Mostrando postagens de julho 19, 2024

Contra os poetas (I)

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Por Alejandro Zambra Giorgio De Chirico, O poeta e sua musa , 1925.   Aos vinte anos já acumulam experiências importantes: publicaram poemas em revistas e antologias, participaram de oficinas, escreveram artigos para anuários escolares e talvez tenham concedido uma ou duas entrevistas precoces. Já têm prontos seus primeiros livros, que estão a ponto de serem lançados por editoras emergentes. São livros muito ruins, mas por ora isso não importa. Seus poemas são longos e sentenciosos, abusam dos gerúndios, dos pontos de exclamação e das reticências. Leem Vicente Huidobro, Delmira Agustini e Oliverio Girondo, mas sobretudo leem-se uns aos outros, em intermináveis reuniões só por vezes amistosas.   Aos vinte e cinco já renegaram aqueles primeiros poemas, que consideram longínquos pecados de juventude. Esperam logo encontrar a maturidade como poetas, que a eles importa muito mais do que a maturidade como pessoas. O segundo livro largamente cumpre o objetivo: não é bom, mas sem dúvida é melh