Edgardo Cozarinsky
Por Maya González Roux Edgardo Cozarinsky. Foto: Sophie Bassouls Edgardo Cozarinsky morreu em sua cidade natal, Buenos Aires, no dia 2 de junho. Escritor e cineasta, cineasta-escritor ou apenas escritor, já que considerava a montagem o momento-chave do cinema — “os filmes são escritos durante a edição”, dizia. É difícil lançar uma única luz sobre este pródigo contador de anedotas, de memória colossal, figura sempre em busca e aberta à experiência, aos encontros casuais, ao imprevisível, amante da noite, das sombras e das elipses, generoso com os seus interlocutores. Talvez todas estas imagens se juntem numa só: a do viajante. Sim, Cozarinsky foi acima de tudo um curioso e incansável viajante. Neto de imigrantes judeus que vieram da Ucrânia e da Moldávia para a Argentina no final do século XIX, Cozarinsky nasceu em 1939 (talvez dois anos antes, mas essa era uma anedota que ele reservava para os íntimos). Na juventude, ávido pelas novas ondas do cinema, foi um grande leitor de Cahie