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Mostrando postagens de julho 15, 2024

Sobre lagos, quedas e relatos

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Por Caio Meirelles Aguiar Descrever o entorno na esperança de capturar, o objeto. Um manual de montagem para enxergar, a máquina. Uma lista de compras para saborear, o almoço. Uma receita médica para diagnosticar, a dor. Um mapa topográfico para delimitar, a alvorada. Um anfiteatro para iluminar, o vazio. A cena imaginada, porém presente, por cercamento.   Luigi Ghirri, Salisburgo (1977) fotografia analógica   Bons filmes, aqueles que de fato voltam à nossa memória e onde sempre há espaço para retorno, geralmente o são por possibilitar um contínuo desmembramento de camadas, significados e novas interpretações. Muito além de contar uma boa história ou nos impactar com fotografia e efeitos visuais impressionantes, acredito que os filmes que guardamos profundamente na memória são também aqueles que friccionam o tecido da vida; relações, comunicação, empatia, afeto e — principalmente — a dificuldade de se obter ou transmitir tudo isso.   Anatomia de uma queda (2023), escrito e dirigido pe