Ismail Kadaré
Ismail Kadaré. Foto: Leonardo Cendamo Durante a década de 1990 a presença da obra de Ismail Kadaré foi pródiga entre os leitores brasileiros. Muito dos seus livros, incluindo alguns dos mais conhecidos, chegaram nessa época abrindo entre nós o projeto de revelação da literatura albanesa. Assim é que algumas das expressões utilizadas por Bajram Begaj, presidente da Albânia, no comunicado por ocasião da morte de Kadaré em 1º de julho de 2024 não são gratuitas. O autor foi o “emancipador espiritual” dos albaneses, o “poeta dos mitos balcânicos” e um dos renomados nomes da literatura moderna. A obra de Ismail Kadaré, no entanto, começa muito antes dos anos do seu boom entre nós. Mesmo o marco que o projetou internacionalmente, por exemplo, data ainda de 1963, com a publicação de O general do exército morto , quando a Albânia se encontrava sob domínio de Enver Hoxha. Este livro e com outros dos escritos do albanês logo o fez integrar as listas negras do governo comunista, forçando-o ao