O visitante, de Osman Lins
Por Pedro Fernandes Osman Lins. Foto: Revista Manchete . No desfecho de O visitante , a narrativa, pelo ponto de vista da sua protagonista, qualifica o vivido entre o início e o fim do convívio com Artur e linha principal do romance como “aventura outonal”. É verdade que a manifestação das estações do ano varia entre os dois hemisférios da Terra influindo nos significados do imaginário dos povos. No Brasil, país situado na parte sul do globo, o outono varia significativamente de um lugar para outro até dentro de um mesmo estado. No romance, por sua vez, a definição não está submetida ao crivo dessas variações ou especificidades geográficas; tem a ver com certo sentido universal que presume os dúplices da estação de dias curtos e noites mais longas, entre o taciturno e o sombrio; o tempo de uma passagem para a espera escura e chuvosa da invernia. Do início ao fim dessa estação, Celina protagoniza uma queda sem ascensão marcada por uma obsessão amorosa que se manifesta sorrateirament