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“Filho nativo”: o primeiro grande romance afro-americano

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Por José Antonio Gurpegui Toni Morrison afirmava que a arte não devia ser despojada de algum tipo de implicação política e dava como exemplo disso o romance de Richard Wright, Native Son (traduzido como Filho nativo ). A publicação desse livro em 1940 abalou o panorama narrativo estadunidense e, segundo o renomado professor Irvin Howe, é o romance de maior influência social em toda a literatura dos Estados Unidos.   Nele, a degradante realidade social dos afro-americanos já delineada pela chamada “Renascença do Harlem” durante as décadas de 1920 e 1930 foi capturada artisticamente pela primeira vez. Depois vieram Black Boy (1945), também de Wright, Homem invisível (1952), de Ralph Ellison, ou Go Tell It on the Mountain (1953), de James Baldwin, que constituem um indiscutível cânone literário afro-americano ou os alicerces de uma literatura que culminaria com a atribuição, em 1993, do Prêmio Nobel de Literatura para a autora de Amada .   Bigger Thomas, o protagonista de Filho nativo