Borges e Paracelso
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhszE8nb4MPF-5zMuqd92fJ7SOtOXZ26PyOf-J7KFixtX_tRswAi8zPSCAFXCBoBUmYdDuDkHhzJqgzUVdkDVWB8xySRptorlTedUa4HiEWfn6ARqKY5Ld8ftne2F3G6gWVDdd-ktUxyp9hQHqOJ8wVrv75lHrz8SkSKDjyQyxvrxMFonZSdgxtl_VEcw/s16000/Smaller%20-%20Estevez%20-%20La%20rosa%20de%20Paracelso.jpeg)
Por Roberto Bolaño Carlos Estévez, La Rosa de Paracelso (2009) Como todos os homens, como todas as coisas vivas da Terra, Borges é inesgotável. Em um de seus livros menos conhecidos, A memória de Shakespeare (1983), um pequeno conjunto de quatro contos, três deles aparecidos anteriormente em outras publicações, mas em um novo, o que dá título ao volume, o leitor pode encontrar e ler ou reler “A rosa de Paracelso”, um texto muito simples, transparente, onde se narra a visita que recebe Paracelso de um homem que deseja ser seu discípulo. Isso é tudo do conto. Ele, nem é preciso dizer, é mostrado com um certo langor que corresponde à época; a visita do desconhecido ocorre quando a tarde começa a cair e Paracelso está cansado e a lareira queima um fogo minguado. Então cai a noite e Paracelso, que está cochilando, ouve alguém batendo à sua porta. Entra um estranho que deseja ser seu discípulo. As primeiras linhas da história são estas: “Em sua oficina, que abarcava os dois cômodos d