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Água turva: a tríade feminina de Morgana Kretzmann

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Por Vinícius de Silva e Souza   “tudo aqui é movido a vinho, carne ou sangue. O teu lugar agora é no vinho. Se não for assim, vai acabar indo direto pro sangue.” Água turva , romance de Morgana Kretzmann, em muito se parece com os romances de Ana Paula Maia: a narrativa seca e direta, sempre ágil, com ares cinematográficos, localizada em ambientes pouco ou nada urbanos e avesso às metrópoles. Porém, Morgana elabora uma narrativa mais intrincada (o que em nada é um demérito para Ana Paula) dividindo o cerne do enredo em uma tríade de protagonistas: Chaya, Preta e Olga.   Os ares de uma tragédia clássica se mostram desde o início, tão logo o livro abre com o perfil dos personagens. À medida que a história avança, em cortes rápidos de episódios, saltando de um personagem para outro, tanto no espaço quanto no tempo, o aspecto de peça de teatro trágica ganha ainda mais contornos.   Com desenvolvimento apropriado entre (quase) todos os personagens, mas principalmente as protagonistas, é Olg