Os dias perfeitos, de Jacobo Bergareche
Por Sérgio Linard Jacobo Bergareche. Foto: Lupe de la Vallina. Que todas as cartas de amor são ridículas, sabemos e, em muitos casos, até as escrevemos. No entanto, todo autor de cartas de amor é igualmente ridículo? Em que momento a carta de amor deixa de ter sua natural “ridicularidade” e passa a ter uma máscara de ridículos impulsos apaixonados? As duas cartas (uma delas é transformada em e-mail ) que compõem o romance epistolar Os dias perfeitos podem não responder explicitamente a essas perguntas, mas ajudam a lançar luz sobre elas e sobre outras questões capazes de ajudar a compreender com melhor clareza ideias por vezes envoltas na obscuridade do cotidiano. Amores, dias bons, reciprocidades, companheirismos e cumplicidades são objetivos que, de tanto serem explorados com certa naturalidade , acabam alocados em um arenoso terreno da indefinição, posto que se luta por eles, mas sem se ter ideia exata de que ou de como eles são. Empreende-se uma vaga jornada que pode ser conc