Sete poemas de James Wright em “Vamos reunir-nos junto ao rio” (1968)
Por Pedro Belo Clara (Seleção e versões) O POEMA DE MINNEAPOLIS (Para John Logan) 1. Pergunto-me quantos velhos, no último inverno, Esfomeados, com medo do anonimato, deambularam Pela margem do Mississippi Açoitados pelo vento até cegarem, sonhando O suicídio no rio. A polícia remove os seus cadáveres ao romper do dia E entrega-os em qualquer parte. Onde? Como guarda a cidade listas dos pais Que não têm nome? Em Nicollet Island observo a água escura, Tão bela na sua quietude. Desejo aos meus irmãos boa sorte E um túmulo quente. 3. Raparigas negras e altas de Chicago Escutam canções leves. Elas sabem quando o seu suposto bem-feitor É um polícia à paisana. A palma da mão dum chui É uma barata pendurada nas presas chamuscadas Duma lâmpada eléctrica. A alma dos olhos dum chui É a eternidade duma manhã de domingo nos subúrbios De Juárez, México. 7. Quero ser levado Por um enorme pássaro branco, desconhecido da polícia, E voar bem alto por milhares de milhas e ser cuidadosamente e