“Cassandro”: arrancar a máscara da masculinidade
Por Elisa de Gortari Saúl é um jovem lutador que se apresenta com um nome gris: El Topo — muito antes de se tornar Cassandro. Na tentativa de derrotar um lutador de Juárez que não suporta, ele se junta a uma treinadora chamada Lady Anarquía. Além de prepará-lo fisicamente, ela o aconselha a abandonar a máscara e se jogar no ringue como parte dos exóticos , personagens da luta livre que o público rejeita como afeminados e que funcionam como trupes. Saúl sabe muito bem: o problema é que os exóticos nunca vencem. Eles são vilões numa cultura machista. Não é fácil ser um jovem homossexual nos anos noventa e na fronteira, mas Saúl quer abrir caminho no mundo como se este fosse uma metáfora do ringue. Cresceu assistindo luta livre com o pai e telenovelas com a mãe. Precisamente, uma telenovela venezuelana chamada Kassandra lhe dá inspiração para um nome artístico. Só então Saúl concebe o personagem com o qual conquistará um lugar na luta livre. Numa das próximas apresentações, quando o