Alguém ainda quer levar o autor para a cama?
Por João Victor Uzer Bertha Wegmann Na aula de sociologia, a aluna discutindo O Espírito Protestante de Max Weber, chamou o autor pelo primeiro nome. A professora questionou: “Que intimidade é essa com o autor?”, ao que a aluna respondeu: “Somos íntimos sim, até levei ele para cama ontem à noite”. A aluna referia-se ao fato de ter passado a noite deitada em sua cama, com a luz de cabeceira acesa, estudando o livro. Essa é uma anedota boba, mas que, de forma humorada, mostra a relação entre livro e leitor. O ato de ler é naturalizado pelo senso comum e é tomado como algo orgânico, mas as formas de ler, a relação entre leitor e livro modificou-se consideravelmente com o tempo. A começar pelo fato de que a leitura é adotada simplesmente como recreação, quando também se trata de um exercício físico e mental. Conforme argumenta o filósofo Antonio Gramsci: “Deve-se convencer muita gente de que o estudo é também um trabalho, e muito cansativo, com um tirocínio particular próprio, não só