O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk
Por Renildo Rene Micheliny Verunschk. Foto: Renato Parada Aqui está um experimento diferente para você imaginar porque, em certo momento, a onça figura a história deste romance: tente visualizar um encontro face a face com esse animal. Ele te encara assustadoramente e de maneira misteriosa. Sem saber o que ocorrerá, você espera ser acertado como presa/ alvo. Feito o encontro, a onça na verdade está pronta para usar um modo contemporâneo e implacável de fala que percorra um conjunto de conhecimentos, mitos e experiências. Os vários capítulos que estruturam O som do rugido da onça capturam tal dinâmica a partir de perspectivas e visões indígenas, com uma voz narrativa — entre tantas outras — explorando as relações do brasileiro com a sua mitologia originária, e os crimes que se interpõem nesse percurso histórico. Esse é o rugido da onça. Exceto que o animal aqui não caça, mas narra o passado. A premissa do romance é simples: recontar a história do rapto de duas crianças de tribos in