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Mostrando postagens de fevereiro 7, 2024

Anatomia de uma queda. A verdade nos tribunais

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Por Carlos Rodríguez Com refinada ironia, Anatomia de uma queda (2023) é o espectador observando uma bola cair escada abaixo dentro de uma casa. A abertura — que está ligada a uma curiosa melodia em loop que desencadeia a trama — ativa múltiplas funções. Por um lado, é um jantar que a diretora Justine Triet copiou de A troca (1980), filme de terror de Peter Medak. É também uma forma de relativizar um fato que resume as intenções do filme: a bola caiu ou apenas quicou? Tudo isso para contar a história de uma morte e resgatar a dinâmica — vedada ao público — de uma família. Como já sabemos, “todas as famílias felizes são semelhantes entre si, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira”, então Triet decompõe esta família com um zoom que parece um bisturi e, o que é mais intrigante e difuso, ensina questões sobre justiça e a busca da verdade como princípio moral. Com um cenário nevoado, certos planos e até mesmo o corte de cabelo de uma criança que recordam O Iluminado (1980), o f