Boletim Letras 360º #607



LANÇAMENTOS
 
A primorosa biografia de uma das personalidades mais contraditórias da literatura brasileira.
 
Escrito no estilo cinematográfico de Lira Neto e amparado em farto acervo documental, este livro apresenta Oswald de Andrade em sua verve sarcástica, lírica e demolidora. Neste mergulho radical na trajetória do escritor, o biógrafo explora as muitas contradições da personalidade do polêmico biografado: blasfemo e temente a Deus, burguês e comunista, apaixonado e adúltero. O escritor genial, autor de romances experimentais e poemas revolucionários, exibia comportamento ao mesmo tempo febril e sentimental, amoroso e explosivo. Pensador vigoroso, usava a violência verbal e o sarcasmo como armas contra o conformismo intelectual. Era, acima de tudo, um personagem de si mesmo. Respaldada em vasta pesquisa em arquivos, incluindo cartas, diários e manuscritos, esta meticulosa biografia, narrada em ritmo eletrizante, revela que Oswald não se restringiu ao papel de ativista do modernismo. Intérprete do Brasil, jornalista combativo, propôs uma crítica feroz ao patriarcado e antecipou premissas do que hoje se costuma definir como decolonialidade. À placidez do “bom selvagem”, contrapôs a ferocidade criativa e carnavalizante. Incompreendido, terminou pobre e quase anônimo. Apenas depois de sua morte o país recuperaria o legado contestador de Oswald de Andrade, fonte para manifestações artísticas futuras, como a Poesia Concreta, o Teatro Oficina e a Tropicália. Oswald de Andrade: mau selvagem sai pela Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.  
 
Inúmeros textos da dramaturgia de Jon Fosse já foram encenados no Brasil, mas até hoje nenhum deles tinha sido publicado em livro. Obra reúne, pela primeira vez, uma seleção de quatro peças do Prêmio Nobel de Literatura 2023.
 
Traduzida da variante norueguesa nynorsk por Leonardo Pinto Silva, a coletânea Vai vir alguém e outras peças chega ao público com apresentação e organização da professora e pesquisadora Claudia Soares Cruz. Composta de quatro obras — Vai vir alguém, O nome, Eu sou o vento e Cada um —, a seleta cobre o arco completo da produção de Fosse e mostra os principais aspectos que fizeram dele um dos dramaturgos mais encenados do mundo e lhe renderam o Prêmio Nobel de Literatura em 2023. Vai vir alguém foi a primeira incursão do norueguês no drama, e logo conquistou os palcos em todo o mundo com sua representação vivaz da possessividade e paranoia. Escrita em 1992, leva à cena um casal que acaba de comprar uma casa e está feliz em morar ali isolado. Pouco a pouco a alegria da conquista é substituída por um medo palpável: alguém virá para perturbá-los. As repetições obsessivas, as pausas, o silêncio e os desencontros desses personagens inominados também aparecem em O nome, de 1995. Nela, Fosse faz lembrar o teatro do absurdo de Samuel Beckett, Jean Genet ou Harold Pinter e parodia a volta do filho pródigo quando uma garota prestes a dar à luz retorna à casa de sua família com o pai de seu bebê. A dificuldade das relações entre pais, filhos, irmãos e colegas do passado vem à tona, ainda que quase não haja conversa. Um humor fino subjaz a temas corriqueiros como o ciúme e a falta de dinheiro. Já Eu sou o vento, de 2007, talvez seja o melhor exemplo do que a academia sueca mencionou ao laurear o autor por suas “peças [...] inovadoras que dão voz ao indizível”. Comovente, ela coloca em cena dois homens, Um e Outro, que estão num barco à deriva enquanto travam uma batalha contra a própria condição humana. O ritmo hipnótico capta nossa atenção e nossos ouvidos, pois mesmo que os diálogos sejam repletos de não ditos, eles vão ecoando os sentimentos mais profundos. Por último, Cada um, de 2024, o texto mais recente, dramatiza personagens espelhados — dois jovens, dois velhos e duas velhas — que embora pareçam ser íntimos, estão completamente apartados e solitários. Neste compilado de peças, somos espectadores de uma ação que dá forma ao vazio e a única certeza interpretativa é a de que Jon Fosse é um dos mais importantes escritores de nosso tempo. Publicação da editora Fósforo. Você pode comprar o livro aqui.
 
O segundo livro de Juan Gómez Bárcena publicado no Brasil.
 
Vice-reinado da Nova Espanha, século XVI. Juan de Toñanes, velho garimpeiro que ajudou a Coroa na conquista do México e agora proprietário de uma taverna decadente, recebe a missão de capturar um indígena renegado também chamado Juan e conhecido como Pai. Com “certa experiência com a espada e uma disposição mediana para a aventura”, o ex-soldado inglório aceita a empreitada e parte em busca de seu homônimo. Duas semanas é o tempo fixado para concluir a missão, mas o encargo vai além: dura meses, anos, décadas, séculos, enquanto a figura profética do Pai assume diferentes contornos e encarnações de poder. Nem mesmo os mortos é uma viagem trans-histórica alucinada, poética e filosófica em que os personagens, o tempo e o progresso se refletem e se debatem em um jogo de espelhos enevoado. Ao norte, sempre ao norte, Juan chega a dias recentes atravessando o muro de Trump, “uma cicatriz que sutura o deserto em duas desolações iguais”. Nem mesmo os mortos sai pela DBA; tradução de Silvia Massimini Felix. Você pode comprar o livro aqui.
 
O novo livro de Marcelino Freire.
 
Escalavra é a história de um pai e de um filho e do silêncio sepulcral entre eles. Tudo contado (ou cantado) a partir de uma oralidade antiga, um vento sonoro, nada eólico, em que uma palavra vai “escalavrando”, ralando, friccionando, enganchando uma frase na outra, numa espécie de estrutura megalítica como a daqueles monumentos pré-históricos erguidos, pedra sobre pedra, para o descanso dos mortos. Livro que, enfileirado ao lado de outros livros em sua estante (ou uns por cima e outros por baixo), comporá o que de mais original há no cenário da nossa literatura latino-americana, de raiz sertaneja-brasileira. Publicação do selo Amarcord/ Record. Você pode comprar o livro aqui.
 
O que motiva um jovem líbio a se tornar traficante? Pela primeira vez, a tragédia dos migrantes é narrada a partir do olhar contraditório e chocante de um carrasco. Vítima da chantagem de um país em caos.
 
A tragédia dos migrantes narrada pelas vozes contraditórias de um carnífice, vítima da chantagem de um país no caos. Khaled é líbio, tem pouco mais de trinta anos, participou da revolução que depôs Gheddafi, mas a revolução o traiu. Assim ele, que queria ser engenheiro e construir um Estado novo, se tornou ao invés disso um anel na engrenagem que controla o tráfico de pessoas. Organiza as travessias do Mediterrâneo, divide mulheres, homens e crianças dos confins do Sul até os centros de detenção: os cárceres legais e aqueles ilegais, no qual os traficantes trancam os migrantes na espera de sua partida, e os torturam, estupram, chantageando os seus familiares. Khaled observa, às vezes participa. Faz isso por dinheiro, e mesmo assim não se sente um criminoso. Porque reside em um país onde parece não haver alternativa ao crime. Eu, Khaled, vendo homens e sou inocente, de Francesca Mannocchi sai pela editora Âyiné. A tradução é de Cláudia Alves. Você pode comprar o livro aqui.
 
A editora Nós publica um novo livro de João Guilhoto no Brasil.
 
Os inúteis reúne um conjunto de contos inventivos, com um pé na distopia, acometido por um tom que sabiamente oscila entre o estoico e o pueril. Ao longo de histórias improváveis, ou nem tanto assim, o autor procura tecer com uma pena universal enredos que resvalam em temáticas centrais ao mundo contemporâneo: a guerra, a produtividade, o afeto, o dinheiro. Nesse universo fantasioso, mas nem por isso improvável, personagens instigantes, caricaturas precisas e cenários políticos aterrorizantes convivem, ilustrando inexoravelmente essa ode à inadequação que João Guilhoto, dando sequência a sua obra já prenhe de inventividade e ousadia, realiza. Você pode comprar o livro aqui.
 
A primeira obra feminista da história da literatura ocidental foi escrita por Christine de Pizan entre 1404 e 1405. Livro ganha tradução brasileira pela Editora 34.
 
Nascida em Veneza em 1364, Christine recebeu uma educação refinada na corte de Carlos V, em Paris, onde seu pai atuava como secretário e astrólogo. Espírito espantosamente moderno, ela reuniu um conhecimento excepcional e colocou sua inteligência e sua cultura a serviço das mulheres, denunciando a misoginia dominante em seu tempo, especialmente nos meios clericais. Inspirada na Cidade de Deus, de Santo Agostinho, Christine de Pizan concebeu uma cidade utópica composta exclusivamente por mulheres, ao abrigo das calúnias e injustiças dos homens. Em seu livro, a autora, hoje reconhecida como a primeira mulher a viver profissionalmente de sua escrita, recupera figuras femininas de diferentes épocas — guerreiras, artistas, sábias, amantes e santas —, reinterpretando-as como símbolos de resistência e sabedoria. Recorrendo à história e às mitologias grega e romana, aos poemas de Ovídio e Virgílio, a episódios da Bíblia, contos de Boccaccio e mais um sem-número de fontes, Christine debate com grandes nomes do pensamento e da retórica, como Aristóteles, Cícero e muitos outros. Com coragem e erudição, A cidade das mulheres aborda temas surpreendentemente modernos, como o estupro, a igualdade entre os sexos, o acesso das mulheres ao saber e o reconhecimento da autonomia do próprio desejo, revelando-se uma obra fundamental para a história das mulheres e sua longa trajetória de lutas por uma existência plena em todos os domínios da ciência, da cultura e da vida social. Publicação da editora 34. Tradução de Jorge Henrique Bastos; e introdução de Eric Hicks e Thérèse Moreau. Você pode comprar o livro aqui.
 
A coleção Ensaio Aberto, publicada pela Tinta-da-China Brasil recebe dois novos títulos.
 
1. Combinando diferentes perspectivas críticas e tendo a filosofia como ponto de partida, o professor, pesquisador, ensaísta e ficcionista Pedro Süssekind põe em diálogo nos ensaios aqui reunidos essas três obras clássicas, oferecendo uma leitura original que percorre a história das ideias e da recepção, desde a Grécia Antiga, passando pela Inglaterra moderna, até o Brasil contemporâneo. Na primeira parte de O mar, o rio e a tempestade, os dois ensaios dedicados à Odisseia discutem a busca da verdade empreendida na Telemaquia e a forma de narração do episódio das sereias a partir da Dialética do esclarecimento, de Adorno e Horkheimer. Na segunda parte, dois estudos de Rei Lear extraem da peça questões históricas, matemáticas, antropológicas e filosóficas, além de abordar a controversa recepção dessa tragédia, que já foi renegada, considerada impossível de encenar e ao mesmo tempo avaliada como a obra‑prima de Shakespeare. A terceira parte leva em conta a apropriação que Guimarães Rosa faz de temas tradicionais da filosofia e da literatura em Grande sertão: veredas, o caráter indomável ou inclassificável desse livro modernista e regionalista brasileiro, assim como sua rica fortuna crítica. Você pode comprar o livro aqui.
 
2. Em O escândalo da distância, João Pedro Cachopo nos mostra que A montanha mágica ainda guarda surpresas cem anos depois de sua publicação e tem muito a dizer ao século XXI, uma era de aceleração tecnológica e radicalização política. Considerado um dos melhores livros do século XX, o romance de Thomas Mann costuma ser reconhecido por seu caráter filosófico, presente na trajetória de aprendizagem de Hans Castorp, assim como nos debates entre Settembrini e Naphta. Para Cachopo, porém, não é o conteúdo do livro ― as reflexões sobre a morte, o tempo, o amor ― que o torna filosófico, mas a dramatização da pergunta sobre as vantagens e os inconvenientes da distância para o pensamento. É a montanha condição da lucidez? Ou é fonte de cegueira e alienação, um subterfúgio para a indiferença, a inação e a cobardia? Na leitura original de Cachopo, a resposta vai além da dicotomia entre montanha e planície. É preciso descer da montanha, enfrentar a confusão e a balbúrdia. Mas não basta. É ainda preciso buscar a “boa distância” na planície. O escândalo da distância relata a trajetória de Mann durante a escrita do livro, entre 1912 e 1924, em especial a sua relação complexa com a Primeira Guerra Mundial. Discute se a obra é ou não é um romance de formação. Finalmente, destaca a importância da tecnologia, seja na arte, com o gramofone, a fotografia e o cinema, seja na medicina, com a radiografia, que transformam o modo como se imagina o corpo, o desejo, a vida, o tempo e o espaço — temas que interessam a Cachopo desde. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um livro que se coloca como um contraponto ao establishment literário do nosso tempo.
 
Chegamos à era da pós-literatura. O tempo em que a visão literária do mundo tinha seu lugar parece definitivamente encerrado. Olhem ao redor: arte, literatura, cinema, festivais, museus, tudo hoje em dia é criado apenas em prol de causas “justas”. Nada mais é avaliado por sua qualidade, mas por ser “espaços inclusivos de democratização”, por “contribuir para a dignidade humana e a justiça social, a igualdade mundial e o bem-estar do planeta”. Sob a constante vigilância do politicamente correto, capaz de arruinar reputações e de interromper carreiras, autores não têm mais a liberdade de criar: a propaganda invade a arte. E esse patrulhamento não é obra de um Estado totalitário, e sim determinado e praticado por aqueles que definem a arte como o lugar “em que se elaboram as formas que permitem lutar contra o racismo e as desigualdades”. Esses paladinos sociais limpam nossa civilização de tudo que lhe conferia o valor e instalam o império da feiura, do mesquinho. Em A pós-literatura, o filósofo Alain Finkielkraut analisa, com o auxílio de seus autores favoritos, como Milan Kundera e Philip Roth, a forma pela qual o poder outrora formativo dos grandes autores e clássicos ocidentais se está dissolvendo sob a sombra do politicamente correto. Nessa excursão pela “cultura do cancelamento”, desde impacto o #MeToo ao movimento Black Lives Matter, do neofeminismo simplificador às mais alardeadas pautas identitárias do esquerdismo cultural, o leitor verá que, na atual luta contra a mentira, a verdadeira arte está perdendo o jogo. Com tradução de Christian Lesage e publicação da Sétimo Selo. Você pode comprar o livro aqui.

REEDIÇÕES
 
Nesta reunião de artigos e conferências da década de 1940, os leitores podem conhecer o pensamento afiado e atual de Oswald de Andrade, um dos principais nomes do modernismo.
 
Presença incontornável nos jornais do país, sobretudo de São Paulo, Oswald de Andrade foi um dos mais notáveis observadores de seu tempo. Sua colaboração na imprensa, em alguns momentos mais assídua, em outros mais esparsa, atesta a inteligência, o refinamento, o humor e a liberdade de seu pensamento, que não fazia concessões. Lançado em 1945, Ponta de lança reúne artigos publicados nos jornais Diário de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Folha da Manhã, bem como três conferências proferidas entre 1943 e 1945. Os conflitos mundiais despontam não apenas como pano de fundo, mas frequentemente como tema central dos textos. Documento importante que registra as transformações ideológicas, culturais, sociais e artísticas do Brasil e do mundo na primeira metade do século XX, o livro surpreende também por sua atualidade. As instabilidades e incertezas políticas surgem lado a lado com reflexões sobre as artes e a literatura, sendo recorrente a referência à Semana de Arte Moderna. Nas palavras do crítico Silviano Santiago, “Ponta de lança é um livro corajoso, amplo e tantas vezes profético. Ao lado do culto à liberdade e da defesa dos ideais democráticos, sua tônica principal, está iluminado também pela esperança de dias melhores”. Publicação da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Edição especial de um dos principais livros de Hermann Hesse com prefácio inédito de Thomas Mann.
 
Escrito pelo Prêmio Nobel de Literatura Hermann Hesse, esse livro é uma obra-prima psicológica da literatura moderna que explora a dualidade da natureza humana e a alienação da alma do homem. Em Demian, um brilhante retrato psicológico, um rapaz começa a enxergar sua individualidade e percebe um mundo de possibilidades por trás das convenções que a sociedade havia lhe imposto. Emil Sinclair é um jovem atormentado pela falta de respostas às suas questões sobre o mundo. Ao conhecer Max Demian, um colega de classe precoce e carismático, Sinclair se rebela contra as convenções de seu tempo e embarca em uma jornada de autodescoberta e em busca de plenitude espiritual. Publicado originalmente em 1919, Demian é considerado um divisor de águas na trajetória de Hermann Hesse, reflete os questionamentos do escritor alemão acerca da natureza humana, com suas contradições e dualidades. Influenciado pelas ideias de Carl Jung, fundador da psicologia analítica, Hesse descreve o processo de busca do indivíduo pela realização interior e pelo autoconhecimento. Demian é, acima de tudo, uma poderosa história de autoconhecimento que inspira milhares de leitores no mundo todo. A tradução de Ivo Barroso é reeditada nesta edição especial pela editora Record. Você pode comprar o livro aqui.
 
RAPIDINHAS
 
Elena Garro entre nós 1. Um dos principais romances da escritora mexicana volta a ficar disponível aos leitores brasileiros. A Arte & Letra reimprimiu, agora em edição convencional, As lembranças do porvir.
 
Elena Garro entre nós 2. A editora Pinard prepara a próxima campanha de financiamento na Coleção Prosa Latino-Americana um novo livro de Elena Garro. A edição de A semana das cores abrirá uma série de autores mexicanos na casa.
 
OBITUÁRIO
 
Morreu Antonio Cicero.

Antonio Cícero nasceu no Rio de Janeiro em 6 de outubro de 1945. Quando o pai, um dos fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, assumiu um cargo executivo no então recém-fundado Banco Interamericano de Desenvolvimento, a família muda-se para Washington, onde Cícero faz os estudos secundários. No regresso ao Brasil, entra para o curso de Filosofia na Pontíficia Universidade Católica (PUC-Rio), formação que será concluída na Universidade de Londres — ele se muda para a capital inglesa no estopim da ditadura militar no Brasil. Depois da Inglaterra, volta aos Estados Unidos para estudar na Universidade de Georgetown. A formação abrirá os caminhos para atividade docente no campo da filosofia em vários cursos superiores no Rio de Janeiro. Os anos de formação são permeados com a experimentação na literatura, mas antes dela, se destacará na composição de várias letras das canções feitas pela irmã Marina Lima e depois para/ e com diversas outras parcerias como Waly Salomão, João Bosco e Adriana Calcanhotto. Sua estreia na poesia aconteceu com o livro Guardar, em 1996. Depois vieram A cidade e os livros (2002) e Porventura (2012). No ensaio, destacam-se O mundo desde o fim (1995), Finalidades sem fim (2005), Poesia e filosofia (2012) e A poesia e a crítica (2017). Antônio Cícero morreu na Suíça em 23 de outubro de 2024.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. Para Isabel: uma mandala, de Antonio Tabucchi (Trad. Federico Carotti, Estação Liberdade, 144p.) Um antigo amor entre o escritor polonês e a revolucionária portuguesa Isabel, de rastros perdidos durante a ditadura de Salazar, movem as peças de uma narrativa que se desloca em círculos concêntricos. Você pode comprar o livro aqui
 
2. Os primeiros, de Ricardo Prado (Editora da Ponte, 848p.) Um romance de corte historiográfico que recupera a intrigante vida de José Maurício Nunes Garcia, um músico negro situado numa época em que o ofício artístico era ditado por outros privilégios além do talento criativo. Você pode comprar o livro aqui
 
3. Os meninos adormecidos, de Anthony Passeron (Trad. Camila Boldrini, Fósforo, 208p.) Um contaminado com o HIV no trevoso primórdio de expansão de um vírus então letal e os sintomas da doença no corpo familiar formam a cicatriz mobilizadora para os acontecimentos tratados neste romance. Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
Nos pequenos espaços que ocupamos nas redes sociais recordamos este vídeo feito para o canal Curta em que Antonio Cicero recita o seu poema mais conhecido, “Guardar”, do livro de mesmo título e que marcou sua estreia na literatura. 
 
Em São Paulo, o Itaú Cultural abriu mais uma das suas ocupações. A mostra que vai até o dia 23 de fevereiro de 2025 assinala a obra e o pensamento de Oswald de Andrade. Quem não pode acessar o evento presencialmente tem a oportunidade de acompanhá-lo, aqui
 
BAÚ DE LETRAS
 
Atualizamos a página de 2008 com um breve perfil de Antonio Cicero e uma amostra da sua poesia aparecida em livro pela primeira vez com Guardar
 
DUAS PALAVRINHAS
 
Quando alguém diz que um texto é um poema, ou que é um poema bom, não está dizendo apenas que gosta dele, mas que o todo mundo que o considere desinteressadamente deve reconhecer que se trata de um bom poema. Se não fosse assim, valeria o ditado “gosto não se discute”. Ora, todo mundo sabe que o que mais se discute é gosto no que se refere a obras de arte.
 
— Antonio Cicero, em Poesia e filosofia

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* Todas as informações sobre lançamentos de livros aqui divulgadas são as oferecidas pelas editoras na abertura das pré-vendas e o conteúdo, portanto, de responsabilidade das referidas casas.
 

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