Boletim Letras 360º #603

Armando Freitas Filho


 
LANÇAMENTOS
 
O último livro deixado por Armando Freitas Filho.
 
Com maestria e absoluta sensibilidade, o autor revisita os temas que lhe são caros — o ofício da poesia, o Rio de Janeiro, a passagem do tempo, o amor, o desejo e a finitude. Ver, escrever, ler, reler. À máquina, à mão, ou a lápis, no computador. De pé, com pressa, no tumulto do dia, com caneta emprestada. Ou então sentado, à noite, no silêncio da casa. Poema fresco, novíssimo, rasurado, que se escreve enquanto o pensamento caminha. Poema impresso, na folha amarelada, guardado na estante, lembrado de cor, ou quem sabe esquecido, sem nenhum resquício do que o motivou. O poema, como se percebe neste livro, serve para ver melhor. Para reconhecer a própria casa, seus ruídos, sua mobília e seus moradores. Para decodificar a paisagem, enxergar o mar batendo na pedra e também para observar a precariedade e a beleza dos dias, o envelhecimento, o esquecimento, a suspensão e a linha do horizonte. Com Respiro, Armando Freitas Filho confirma seu lugar entre os poetas brasileiros mais admiráveis do país. Publicação da Companhia das Letras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Neve de primavera é o primeiro volume da tetralogia Mar da fertilidade, do japonês Yukio Mishima, que ganha nova tradução direta da língua original.
 
O romance se passa nos momentos finais da era Meiji e iniciais da era Taisho, no começo do século XX, e acompanha Kiyoaki Matsugae, um jovem aristocrata em transição dos anos escolares à vida universitária. O rapaz se relaciona com a família, dando ensejo para discutir tradição, nobreza e decadência; com colegas estrangeiros, o que permite problematizar a ocidentalização do país, um dos temas mais recorrentes na ficção japonesa moderna; com o criado Iinuma, a partir do qual se apresentam questões de classe; e ainda com o amigo Shigekuni Honda e a namorada Satoko Ayakura, relações estas que possibilitam debater amor, paixão, sexualidade, budismo e uma geração que já não recorda a Guerra Russo-Japonesa, encerrada poucos anos antes da narrativa, com triunfo do poder imperialista do Japão, tão caro a Mishima. Assim como em outros livros, e neste mais do que em muitos, o autor ostenta exuberância na linguagem, sobretudo ao compor descrições de vestuário e do corpo humano. Faz uso atinado de uma série de metáforas e comparações para dar à história camadas a mais de significado e beleza, como quando, por exemplo, compara Kiyoaki com “sua maneira de viver dedicada apenas às emoções” a “uma bandeira que tremula ao vento”. O próprio título Neve de primavera, que insere um resquício de inverno na estação seguinte, indica que eras, estações, pessoas e gerações morrem, é verdade, mas passam adiante traços que de certo modo as mantêm vivas. Com tradução de Fernando Garcia e publicação da editora Estação Liberdade. Você pode comprar o livro aqui.

Todas as crianças do mundo, romance de estreia da aclamada poeta israelense Tal Nitzan, narra a história delicada de quatro protagonistas humanos e uma gata, em meio à violência arbitrária da vida urbana.
 
Eli é uma mãe solteira e jornalista cultural cujo único consolo é seu angelical filho Noam, de quatro anos. Alex, um professor de filosofia constantemente acompanhado por uma timidez petrificante, prefere a companhia de uma impetuosa gata de rua, que parece ter escolhido sua casa como lar. Sivan é uma adolescente frágil, atormentada pela solidão e pela cruel indiferença de seus colegas. As estações mudam do verão para o outono, depois para a guerra, para o inverno e para o início da primavera, enquanto os destinos de Eli, Alex e Sivan convergem lentamente em meio à urbanidade selvagem da Tel Aviv contemporânea, uma fera que, no entanto, produzirá o bem mais precioso de todos: a ternura. Tal Nitzán reúne com uma prosa lúcida e afiada três vidas cuja quietude apenas esconde a tempestade de emoções interiores. As múltiplas narrativas que atravessam o livro trazem à flor das páginas uma cidade e suas almas perdidas. Cada frase cuidadosamente tecida, permeada pelo universo poético visceral de Tal Nitzán, acrescenta profundidade à questão central do primeiro romance da autora israelense: como podemos superar nossas solidões fundamentais? Contemplativo, mas vibrante como uma pintura de Cézanne, Todas as crianças do mundo encapsula nossa condição moderna: a selvageria da vida urbana, a guerra, distante e próxima, e a nobreza do coração humano. Publicação da Ars Et Vita; tradução de Eliana Langer. Você pode comprar o livro aqui.
 
Os contos de Izumi Suzuki revelam uma realidade talhada pela distorção e o espetáculo.
 
As convenções de gênero escancaradas, os métodos para anestesiar ou esquecer, o vício em telas e a distorção entre realidade e espetáculo: a obra de Izumi Suzuki, escrita durante os anos 1970 e 1980, parece estar mais próxima do atual Black Mirror do que de muitos clássicos da ficção científica. É o caso das viagens de consciência de “You may dream” e de “Lembranças do Seaside Club”, da distopia queer “Um mundo de mulheres com mulheres” e da violência televisionada de “Tédio terminal”, conto que dá título ao livro. Ainda que, é verdade, não faltem a estas histórias boas doses de fantasia e absurdo, como poltronas falantes, pretendentes amorosos alienígenas e tensões diplomáticas interplanetárias. Izumi Suzuki empresta a seus narradores e protagonistas uma voz emocionalmente desapegada que torna este conjunto tão singular quanto perturbador. Somando as inúmeras referências à música e ao cinema, as complicações dos relacionamentos familiares e amorosos, e um inconformismo não histérico, que aponta os arranjos sociais e vira o espelho para nós, a coletânea de contos Tédio terminal permanece como quem a escreveu: única, radical e eternamente jovem. Publicação da editora DBA. Tradução de Andrei Cunha, Rita Kohl e Eunice Suenaga. Você pode comprar o livro aqui.
 
Primeiro romance escrito pela premiada escritora franco-camaronesa Léonora Miano, Stardust nos envolve na vida árida de Louise, uma jovem migrante, mãe de uma bebê, em seu esforço de sobreviver na periferia de Paris.
 
Longe dos estereótipos da Cidade Luz, o que vemos são a penumbra e a insalubridade dos abrigos para pessoas que vivem à margem, nos centros de reinserção e acolhimento, com suas mazelas e rudezas, imersas no racismo e no colonialismo. Neste romance, a solidão e a busca pela dignidade andam juntas em dormitórios coletivos e pelas ruas que não aparecem nos cartões-postais. Stardust foi publicado pela primeira vez mais de vinte anos depois de escrito. Finalmente, é possível acompanhar o estado de apreensão e esperança de uma exilada africana em uma das mais importantes cidades do mundo. Publicação do selo Autêntica Contemporânea; tradução de Dorothée de Bruchard. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nos nove contos de Quando chega nossa vez acaba, Rafael Simeão compõe um mosaico de personagens cativantes, profundamente reais, de uma mesma vizinhança no Rio de Janeiro.
 
No conto que dá título à coletânea de Rafael Simeão, uma família que nunca pode tirar férias finalmente consegue alugar um pequeno cômodo em uma ilha turística. Dalva, a mãe, trabalha numa ótica, o dia todo de pé, e mal pode esperar pela aposentadoria. Jorge, o pai, é taxista e vê a classe sofrer com a ascensão dos aplicativos de mobilidade. Junin, o filho mais novo, é bom em matemática e totalmente sedentário. Amanda, a mais velha, entrou em uma universidade pública e está deslumbrada com o novo mundo à sua frente. Na viagem, ela quer fazer trilhas e aproveitar o feriado ao máximo, mas a família gostaria apenas de curtir a praia sem muitas cobranças. Só que nada, nunca, sai como eles esperam. Enquanto os acompanha ao longo de quatro dias inesquecíveis (ou frustrantes), o autor aos poucos introduz personagens e cenários que orbitam esse núcleo e fazem parte de um universo complexo e interconectado. Suas histórias se desdobram nos contos seguintes até culminar com “Areia”, uma narrativa impressionante sobre desejo, sobrevivência e ambição. Além do retrato perspicaz do dia a dia, o que está em jogo na obra de Simeão é o poder de uma narrativa densa e multifacetada, que reproduz o ritmo turbulento da vida urbana. Em uma prosa radicalmente coloquial, mesclando tragédia e humor, o autor constrói um mosaico de trabalhadores em suas batalhas inglórias e pequenas vitórias épicas. Publicação da Alfaguara Brasil. Você pode comprar o livro aqui.
 
Yazmina Reza, com sua maneira implacável, mas divertida, joga a realidade na nossa frente como uma pintura provavelmente branca, ou talvez não, perguntando-nos o que vemos.
 
Um quadro branco, aparentemente branco, talvez não exatamente branco. Três bons e velhos amigos, aparentemente bons, talvez não exatamente amigos. Se a especialidade de Yazmina Reza é revelar a realidade a partir de uma pequena fresta, desta vez a fresta está pendurada na parede: uma pintura branca, com listras brancas, pela qual Serge pagou duzentos mil francos e que seu amigo Marc acha que é pura “m*rda”. Daí as aspas no título: “é arte?” Duzentos mil francos? Será que ele enlouqueceu? Quem é essa pessoa que eu pensava ser meu amigo? Em um turbilhão de diálogos que lembram O deus da carnificina e nos quais um terceiro elemento, dócil, também estará envolvido, a natureza de um triângulo de amizade é gradualmente revelada em seu egoísmo, vaidade e hipocrisia. Quem é o outro e quem sou eu? “Se eu sou eu porque sou eu, e você é você porque você é você, eu sou eu e você é você, se, por outro lado, eu sou eu porque você é você, e você é você porque eu sou eu, então eu não sou eu e você não é você”. “Arte” sai pela Âyiné com tradução de Pedro Fonseca. Você pode comprar o livro aqui.
 
REEDIÇÕES
 
Sai pela Arte & Letra a nova edição de Sujeito oculto, livro de Manoel Carlos Karam.
 
Não importa qual seja a sua profissão, a rotina vai tentar transformá-la em algo burocrático. Mesmo que o seu trabalho seja o de um pistoleiro de aluguel. Através de suas reflexões e de um enorme talento para perceber detalhes, o narrador oculto procura pequenos sinais que fazem suas vítimas, ou não, serem mais humanas, pessoas que cometem erros e acertos. E em sua solidão busca, em sua própria rotina, uma maneira de transformar seus atos incomuns em algo do dia a dia. Você pode comprar o livro aqui.
 
O turista aprendiz, registro da expedição de Mário de Andrade à Amazônia, ganha uma nova edição com apresentação de Flora Thomson-DeVeaux, pesquisadora que traduziu a obra para o inglês.
 
Mário de Andrade cruzou o Brasil em 1927 na comitiva da mecenas Olívia Guedes Penteado e os registros em livro saíram pela primeira vez nos anos 1970, depois da morte do autor, em 1945. O título fundamental da obra do escritor paulista, este diário de viagem pela Amazônia mistura relatos, descrições arrebatadas de um escritor paulista na floresta, comentários mordazes e passeios pela ficção. Realizada entre maio e agosto de 1927, a incursão de Mário pela floresta brasileira o levou até o Peru e a Bolívia um ano depois da escrita de Macunaíma. Depois de estudar trabalhos de antropólogos e exploradores sobre as cosmologias de povos indígenas no Brasil, Mário ansiava por ter contato direto com a Amazônia e suas fascinantes culturas. Publicação da editora Tinta-da-China Brasil. Você pode comprar o livro aqui.

Uma das biografias mais completas do escritor e filósofo francês Albert Camus.
 
Com base na correspondência pessoal de Albert Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela em Albert Camus: uma vida toda a complexidade de um escritor charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro. Em 4 de janeiro de 1960, voltando para Paris depois de um feriado, Albert Camus morre em um acidente de carro. “Uma morte imbecil”, como ele costumava dizer a respeito de fatalidades em acidentes automobilísticos. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1957, aos 43 anos, Camus foi um herói da Resistência, um defensor dos árabes muçulmanos de sua Argélia natal, um comunista que lutava contra o stalinismo e um dos principais líderes de sua geração de escritores, com uma obra construída em torno do absurdo e da revolta. Nascido no ano de 1913 em uma fazenda perto de Mondovi, na Argélia, Camus não poderia ter uma origem mais proletária. Durante a juventude, filiou-se ao Partido Comunista. Encontrando no jornalismo a “profissão superior”, Camus começou a escrever para o periódico liberal Alger Républicain, ao mesmo tempo que produzia peças para o centro de cultura da Argélia. Foram essas campanhas políticas para denunciar a miséria dos muçulmanos que o obrigaram a abandonar seu país natal, onde não conseguia mais trabalho, e a se exilar em 1940 em Paris, onde produziu suas principais obras. Na França, além da publicação de seus aclamados romances O mito de Sísifo e O estrangeiro, Camus aproximou-se de Sartre, e os dois, com Simone de Beauvoir, tornaram-se inseparáveis. Colaborador e incentivador do jornal clandestino Combat, um marco da história da imprensa francesa, Camus se estabeleceu como uma celebridade em Paris ao fim da Segunda Guerra Mundial: romancista com boas vendas, filósofo, editor de um importante jornal e personagem polêmico que recusa a Legião de Honra e um convite para ingressar na Académie Française. Em 1951, afastado do Partido Comunista e brigado com Sartre e com os intelectuais franceses de esquerda, publicou O homem revoltado, e, cinco anos depois, A queda, com o qual deu sinais de desilusão, isolamento e solidão. Com base na correspondência pessoal de Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela toda a complexidade de um escritor charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro. O biógrafo contrapõe a vida de Camus a momentos históricos, como a ocupação francesa do norte da África, e ao ambiente da Paris literária do pós-guerra. Ele avalia o sucesso de Camus e sua vida privada conturbada, com uma atração compulsiva por mulheres, a luta contra uma tuberculose debilitante e as polêmicas intelectuais em defesa de suas posições políticas. Publicação da editora Record; tradução de Monica Stahel. Você pode comprar o livro aqui.
 
RAPIDINHAS
 
Coleção Errar Melhor. Coordenada por Joca Reiners Terron para a Martins Fontes, a coleção reunirá ensaios e reflexões críticas em torno do ofício da escrita. Em outubro saem os dois primeiros títulos: Os mortos indóceis. Neoescritas e desapropriação, de Cristina Rivera Garza e As aulas de Hebe Uhart, de Liliana Villanueva.

Flor Canosa. É outra das escritoras argentinas a aportar entre os leitores brasileiros. A Pontoedita prepara, com tradução de Mauricio Tamboni, a publicação de Os acidentes geográficos.

OBITUÁRIO
 
Morreu Armando Freitas Filho
 
Armando Freitas Filho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de fevereiro de 1940. Sempre ávido leitor de poesia — Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, os poetas da Geração Beat estão entre suas primeiras leituras —, realiza sua estreia na literatura cinco anos depois de regressar dos Estados Unidos, onde cursou língua, história e cultura estadunidense. Custeado pelo pai, publica, por intermédio de José Guilherme Merquior, Palavra (1963). Um ano depois, atende ao convite de Mario Chamie e entra para a Instauração Práxis; participa até 1975 do movimento que antagonizava com a Poesia Concreta. É desse período, Dual (1966), Marca registrada (1970) e De corpo presente (1975), um livro que ele próprio considerava de transição para uma nova fase de sua obra desenvolvida a partir do encontro com Heloisa Buarque de Hollanda e Ana Cristina Cesar. Sua obra segue com, entre outros, Mademoiselle Furta-Cor (1977), À mão livre (1979), Longa vida (1982), 3X4 (1985) — com o qual recebeu o Prêmio Jabuti —, De cor (1988), Cabeça de homem (1991), Números anônimos (1994), Duplo cego (1997), Fio terra (2000), Máquina de escrever — antologia com os livros até então publicados mais o inédito Numeral/ Nominal e outra vez recebe o Prêmio Jabuti —, Raro mar (2006), Lar (2009), Dever (2014) Rol (2016) e Arremate (2020). Em 2022 recolheu parte dos seus textos em prosa no livro Só prosa. Depois da morte de Ana Cristina Cesar, é um dos que se dedicam a levar adiante o nome e a obra da poeta; além de ensaios dedicados à obra da poeta, organiza e prefacia o primeiro livro póstumo da amiga, Inéditos e dispersos (1985), seguido de Escritos da Inglaterra (1988), Escritos no Rio (1993), Correspondência incompleta (coorganizado com Heloisa Buarque de Hollanda), Crítica e tradução (os dois em 1999) e Ana Cristina Cesar: novas seletas (2004). Armando Freitas Filho morreu no dia 26 de setembro de 2024, no Rio de Janeiro.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. Pequenas coisas como estas, de Claire Keegan (Trad. de Adriana Lisboa, Relicário, 128p.) A descoberta perturbadora feita por Bill Furlong sobre um convento de sua região e as mulheres que aí vivem obrigam o respeitável comerciante de carvão a lidar com as consequências morais e sociais de suas atitudes. Você pode comprar o livro aqui
 
2. Três poetas moderníssimas (Antologia organizada e traduzida por Álvaro Antunes, Editora 34, 368p.) Mina Loy, Hope Mirrlees e Nancy Cunard são, certamente, nomes desconhecidos. Elas escreveram três poemas longos comparados a obras de outros nomes da sua geração como T. S. Eliot. Esses três poemas estão agora disponíveis nessa edição bilíngue indispensável ao leitor curioso pela boa poesia. Você pode comprar o livro aqui
 
3. Dez de dezembro, de George Saunders (Trad. José Geraldo Couto, Companhia das Letras, 248p.) Os dez contos deste livro traçam um amplo painel da vida contemporânea e colocou o nome do escritor na linhagem dos importantes contistas da literatura estadunidense com Raymond Carver e John Cheever. Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
Antonio Candido deixou 74 cadernos inéditos. Baseado nos dois últimos, um filme se debruça sobre textos escritos entre 2015 e 2017. O material e outros arquivos servem ao documentário de Eduardo Escorel Antonio Candido. Anotações finais. Uma visita sensível ao pensamento de um dos mais importantes nomes da crítica literária brasileira. Veja o trailer aqui e saiba mais do filme aqui.

Depois citar Clarice Lispector num discurso no Festival de San Sebastian, muita gente tem perguntado de onde saiu a passagem referida por Cate Blanchett. Aqui, a resposta: está num fragmento intitulado “Diálogo do desconhecido” publicado em 6 de maio de 1972 na coluna que a escritora manteve no Caderno B do Jornal do Brasil entre agosto de 1967 e dezembro de 1973. Esses textos foram compilados em A descoberta do mundo. Recuperamos uma cópia original do texto aqui.  A outra frase proferida pela atriz australiana — “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho” — está logo no comecinho de A hora da estrela, é o segundo parágrafo do primeiro capítulo.
 
No nosso Instagram recuperamos um vídeo em que Armando Freitas Filho lê o poema “Minha mãe”, do seu livro Dever
 
BAÚ DE LETRAS
 
Ainda Armando Freitas Filho. Pedro Fernandes escreveu um breve perfil para o poeta. Na superfície do baú. 
 
No dia 30 de setembro é celebrado o centenário de Truman Capote. O escritor estadunidense nasceu nesse dia, em 1924. Sublinhamos a efeméride, recordando algumas das publicações em torno da sua e biografia: a) começamos com este perfil; b) aqui, um comentário acerca do seu livro mais conhecido, A sangue frio; c) nas três décadas sobre a morte de Capote, apresentamos este texto; d) aqui, a sua complexa relação com a amiga Harper Lee; e) um comentário para o livro que revelou a gênese do escritor; f) suas lições para escritores.
 
DUAS PALAVRINHAS
 
Quero que meu poema seja íntimo seu desde que mexa com você de alguma forma, para o bem ou para o mal. Minha ambição é tocar na ferida, mexer, afagar, provocar coisas íntimas. A intimidade que quero não é do sossego, mas da inquietude, como a intimidade que se pode ter com uma tesoura.
 
— Armando Freitas Filho

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