Truman Capote ou como acabar de uma vez por todos com seu talento
Por Iker Zabala “Ah, sim, penso muito no suicídio. E conheço algumas pessoas que tenho certeza de que ainda vão se suicidar. Truman Capote, por exemplo”. Yukio Mishima, citado por Truman Capote em Música para camaleões . Truman Capote. Foto: Irving Penn Ao contrário de Yukio Mishima, Truman Capote não planejou o seu suicídio como uma cerimônia de profundo significado diante do olhar atônito do mundo; também não infligiu a si mesmo a morte de forma rápida e quase indolor, depois de uma vida infeliz de arrivismo, ambição, fracasso e culpa, como fez a sua própria mãe. O processo de autodestruição física (e literária) de Capote foi muito mais sutil, lento e implacável. O escritor estadunidense se propôs desde criança a ser um autor de sucesso, rico e famoso, e com apenas vinte e três anos conseguiu colocar por escrito com um estilo prodigioso e precoce os segredos de sua alma dolorida: seu primeiro romance foi um colossal trabalho de juventude, delineado graças ao talento que as mu