LANÇAMENTOS
O exame delicado de como a descoberta do amor e a tomada de consciência
da morte parecem confluir, marcando o fim da infância e anunciando a vida
adulta, com suas luzes e sombras.
Nápoles, anos do pós-guerra. Um menino passa horas na janela do
apartamento fantasiando ser poeta. No prédio da frente, uma menina linda de
vasta cabeleira negra se arrisca dançando no parapeito da sacada. Por um amor
assim, um menino destemido pode se lançar a proezas extremas, como falar
italiano (e não mais napolitano, a língua da família e da intimidade). Papel
fundamental na sua vida tem a avó, a velar sobre suas bravatas, sentada no
cantinho da cozinha, contando histórias do passado e explicando nossa relação
com os mortos. Ela não é hábil com as palavras, mas o que lhe falta de domínio
do idioma sobra em imaginação, calor e afeto. Há também um amigo, o arrojado
Lello, igualmente fascinado pela menina. Línguas conta a história desses
três personagens com destinos que ficam inextricavelmente unidos para sempre.
Os dois garotos, apaixonados à primeira vista pela “milanesa” ― como se referem
à misteriosa garota ―, embarcam em uma intensa rivalidade para atrair sua
atenção. Até que, um dia, durante as férias, ela desaparece. E assim também
parece evanescer parte de suas infâncias. Anos mais tarde, já na universidade e
distantes do mundo das brincadeiras, os caminhos dos dois antigos companheiros
se cruzam, e o protagonista, agora adulto, precisa se lançar em busca da
verdadeira identidade daquela por quem foi apaixonado durante toda a vida. O
livro de Domenico Starnone sai pela editora Todavia; tradução de Maurício Santana Dias. Você pode comprar o livro aqui.
O último romance de Max Blecher, publicado postumamente.
A matéria fundamental de A toca iluminada (1971), obra
autobiográfica, é a experiência do autor em internações durante os anos 1930. À
debilidade do corpo, à falta de mobilidade, ao desconforto e à dor corresponde
uma vida interior agitada, nos vários sentidos da palavra, que Blecher registra
febrilmente em primeira pessoa. Mesmo fora das instituições hospitalares, o
narrador vive nas fronteiras do isolamento, de cujas bordas tenta aproximar-se.
Para ele, “mundo real” e sanatório são sobreposições de lugares estranhos, nos
quais a rotina e as tentativas de levar uma vida normal não fazem sentido em
meio à atmosfera impregnada de morte ― dado que muitos dos pacientes, incluindo
ele próprio, são terminais. O
livro é publicado pela editora Hedra; tradução de Fernando Klabin. Você pode comprar o livro aqui.
Uma dezena de crônicas de
Marguerite Duras publicadas na década de 1980.
Em 1980, Marguerite Duras aceitou
a oferta de Serge July, diretor editorial do jornal Libération, para publicar
uma série semanal de verão na forma de crônicas sobre a atualidade. Considerado
pela crítica um de seus livros mais representativos,
O verão de 80
reúne, portanto, as dez crônicas da autora publicadas no jornal, escritas a
partir da sua janela em Roches Noires com vista para a praia de Trouville. Sob
o seu amplo olhar estão os impressionantes estaleiros de construção de Gdansk,
a fome em Uganda, os Jogos Olímpicos de Moscou, o funeral do Xá do Irã, os
tanques russos em Cabul… Mas também a criança de olhos cinzentos, o tubarão
chamado Rakéboumboum, o monitor da colônia de férias e os pássaros no céu. São
textos críticos sobre o contexto da França e do mundo dos anos 1980 — mas ao
mesmo tempo atualíssimos — fundidos às suas memórias pessoais e questões
universais, convidando-nos a uma profunda reflexão sobre a vida, o tempo, o
amor, a política e a condição humana. Com tradução de Adriana Lisboa e prefácio
de Anne Brancsy, o livro sai pela Relicário Edições.
Você pode comprar o livro aqui.
Marco Severo e os meandros da
investigação memorialística.
Pode a narrativa dar conta de uma
vida? Em
A única paz possível desde o útero é no cemitério, Marco
Severo não busca uma resposta. Este romance, sua obra mais pessoal até aqui, é,
sobretudo, uma investigação dessa possibilidade. O que faz com que nós nos
tornemos quem nos tornamos? Quais eventos de uma vida acabamos por arrastar
durante toda uma existência? Daquilo que nos acontece, quais são os fatos
transformadores, os que são sustentáculos ou os responsáveis por um eventual
desmoronamento? Marco Severo volta o seu olhar para um acontecimento
perturbador, numa reconstrução ficcional da memória através da qual o narrador
procura, se não dar algum sentido ao que lhe aconteceu, trazer alguma lucidez
para os caminhos escuros que percorreu involuntariamente e, assim, compreender
não apenas o próprio percurso, mas apaziguá-lo dentro de si, evocando a máxima
de Jean-Paul Sartre de que “não importa o que a vida fez de você, mas o que
você faz com o que a vida fez de você”. Num fluxo emocionante, o autor
ultrapassa a autoficção e cria um romance multifacetado, uma espécie de
quebra-cabeças em que o leitor vai colocando as peças, compondo o todo, tijolo
por tijolo. Esta é a história daquilo que faz de nós quem somos e, assim, é
também a história de nossas próprias vidas. Publicação da Editora Moinhos.
Você pode comprar o livro aqui.
Um romance que procura mexer
com os mecanismos e limites do ficcional.
O protagonista deste romance
nasceu em 1960 em Porto Alegre, mudou-se para o Rio de Janeiro e depois para
Nova York, onde iniciou a carreira artística. Teve contato com ícones da
pop
art, como Andy Warhol, e esbaldou-se na cena noturna da badalada Big Apple.
Como tantos outros de sua geração, viu paixões se transformarem pelo medo do
HIV. Contemporâneo de Basquiat, realizou performances, colagens, instalações e
pinturas, vivendo tendências como
grafitti e
body art. Apesar de
ser agora comparado a grandes nomes como Leonilson, Banksy, Cildo Meireles e
Marina Abramović, João Pedro Bennetti Bier foi ignorado pela crítica e pelo
circuito de galerias do país natal, o que torna o registro de sua exposição
retrospectiva um ato de reparação. Por meio da paródia, recurso literário que
Reginaldo Pujol renova a cada novo livro, temos em
Nosso corpo estranho
acesso aos textos de parede da mostra, e é como se caminhássemos por entre as
obras. Mas quais delas? Sem imagens que lhes dê materialidade, somos convidados
a exercitar a imaginação, deixar-nos levar pelas palavras de Reginaldo Pujol
Filho que, ao assumir a curadoria, transforma-se em personagem de sua invenção.
O curador-escritor se apropria da gramática da crítica de arte, distinguindo
três fases de João Pedro, ou “nosso JayPee” — visceral, crítica e trágica. Com
humor, sarcasmo e muito domínio da linguagem, Pujol Filho descreve o arco da
inocência à desilusão, a descoberta e a intoxicação com as engrenagens do meio
artístico pelo qual passou o artista. E, como leitores, passamos pelo mesmo
processo ao recebermos as pistas de que tudo não passa de engodo. Para além da
relação com o mundo da arte, esta narrativa também trágica nos leva a pensar
nos limites da ficção e em seus mecanismos. Do que é capaz a linguagem? O que é
apenas verossímil e, mais profundo, o que é a realidade?
Você pode comprar o livro aqui.
Ao narrar o julgamento dos
atentados terroristas de Paris de 2015, Carrère nos oferece uma experiência
imersiva:
um livro sobre o bem, o mal e suas imprecisas fronteiras; uma
jornada filosófica pela complexidade humana.
Em 2015, extremistas do Estado
Islâmico realizaram uma série de atos terroristas quase simultâneos em vários
locais de Paris: a casa de shows Bataclan, os arredores do Stade de France e as
esplanadas da região leste. Mais de 130 pessoas morreram, outras centenas
ficaram feridas. V13 é como magistrados, advogados e jornalistas passaram a
chamar essa inesquecível sexta-feira (vendredi) 13 de novembro. Sete anos
depois, a França e o mundo reviveram essa dor com o início dos julgamentos.
Durante meses, quase todos os dias, Emmanuel Carrère sentou-se em uma sala de
audiência sem janelas para testemunhar o que aconteceria com os responsáveis
pelos atentados.
V13. O julgamento dos atentados de Paris é um relato
contundente e verdadeiro de tudo que Carrère viu e ouviu, com um virtuosismo
nunca ostensivo, tomando o cuidado de registrar as variadas facetas desta
tragédia coletiva e a batalha legal que a sucedeu. Publicação da Alfaguara
Brasil; tradução de Mariana Delfini.
Você pode comprar o livro aqui.
Teju Cole reflete sobre o que
significa estar vivo numa sociedade brutalmente desigual.
Um fim de semana comprando
antiguidades é obscurecido pelas atrocidades do período colonial. Uma caminhada
ao anoitecer é interrompida por um ato de racismo. Um casamento amoroso é afligido
por tensões. E uma cascata de vozes retrata uma metrópole pulsante. Em
Tremor,
Tunde é um leitor curioso e um viajante atento: atrai-se por contos históricos
e épicos; relatos de amigos, familiares e estranhos; enredos de livros e
filmes. Cresceu na Nigéria e constrói sua carreira nos Estados Unidos, onde
trabalha como professor de fotografia em uma renomada universidade na Nova
Inglaterra. Uma rotina de aparente tranquilidade que esconde uma mente
sobressaltada.
Tremor é como uma colagem pessoal de obras de arte, de
ensaios fotográficos de Lagos e de reflexões sobre racismo, território,
descolonização e restituição. Os séculos de referências culturais que compõem
este livro são um convite à subversão da hierarquia das artes plásticas
populares, da centralidade dos valores estéticos ocidentais e da representação
problemática de uma única verdade histórica. Tal como fez em
Cidade aberta,
seu magnífico romance de estreia, Cole oferece uma narrativa que põe todos os
nossos sentidos em alerta. O livro sai pela Companhia das Letras com tradução é
de Paulo Henriques Britto.
Você pode comprar o livro aqui.
Uma das obras mais importantes para entender a formação e as influências
de Franz Kafka em nova tradução e edição.
Escrita em 1919, Carta ao pai é uma missiva que nunca foi
entregue a seu destinatário. Em uma franca e dolorosa análise de suas relações
familiares, o autor Franz Kafka se propõe a explicar por que alegava sempre ter
sentido medo do pai. Trata-se de um ousado relato autobiográfico, o testemunho
unilateral de uma criação autoritária e de seus múltiplos desdobramentos na
vida do filho. Ao se tornar narrador de sua própria história, Kafka traz ao
leitor sua perspectiva não somente sobre sua narrativa familiar, mas também
sobre a vida em si. Ao mesmo tempo em que admite seus possíveis pontos cegos, o
escritor nos apresenta um texto valoroso não apenas para a compreensão de sua
biografia, mas para reflexão sobre toda sua magnífica obra. Em 2024, a convite
da Antofágica, o multiartista Lourenço Mutarelli reescreveu essa carta à mão,
na tradução de Petê Rissatti, transformando as palavras em formas abstratas que
ilustram o livro. A nova edição tem apresentação da escritora Cristina Rioto,
posfácios de Gabriel Abreu, Tomaz Amorim e Bárbara Guatimosim. Você pode comprar o livro aqui.
Um mergulho na beleza da
imperfeição, explorando os limites do indizível. Espirituosa e comovente, a
escrita de Sheila Heti reflete sobre o que constitui as relações contemporâneas.
Pura cor é a história de
Mira, que se divide entre o amor que sente por Annie, que lhe parece um peixe
desatento, e o amor pelo pai, que lhe parece um urso acolhedor. Todos vivem no
primeiro rascunho da Criação, sob as pinceladas errantes de Deus. O pai de Mira
presenteou a filha com uma raridade: a cor pura. Em disquinhos circulares e
duros, o objeto trazia uma coloração sólida envolta pelo brilho de uma joia
polida. Uma cor estante, que está para o lado de dentro, introvertida feito um
animalzinho tímido. O presente torna-se uma espécie de relicário, prova física
do amor e da presença paterna. Acompanhamos, por meio de Mira, as
transformações, os sentimentos e as sensações que um corpo humano atravessa ao
longo da vida — do primeiro amor à orfandade, no ambiente escolar e no seio
familiar, das amizades aos relacionamentos amorosos - ao passo que questionamos
as escolhas artísticas do Criador. O livro é publicado pela Companhia
das Letras com tradução de Bruna Beber.
Você pode comprar o livro aqui.
REEDIÇÕES
Nova edição do brilhante ensaio
literário-biográfico sobre o poeta Manuel Bandeira.
As fecundas análises textuais vão
pouco a pouco revelando o que se oculta por trás de uma poesia que possui o
raro dom de saber extrair o sublime do prosaico. Este é, muito provavelmente, o
estudo definitivo sobre Manuel Bandeira, o grande poeta pernambucano,
introdutor das formas da poesia moderna no Brasil. O arsenal de conhecimento
que Davi Arrigucci Jr. mobiliza é impressionante sem jamais ser pedante, e as
cuidadosas análises textuais vão pouco a pouco revelando o que se oculta por
trás de uma poesia que possui o raro dom de saber extrair o sublime do
prosaico. As relações que essa poesia entretém com outras artes como a pintura
ou a música, as inovações técnicas e temáticas pelas quais foi responsável,
assim como o meio sociocultural que a gerou são alguns dos aspectos analisados
neste livro, o primeiro a fazer inteiramente jus à delicada grandeza poética de
Bandeira.
Humildade, paixão e morte. A poesia de Manuel Bandeira é
reeditado pela Companhia das Letras.
Você pode comprar o livro aqui.
RAPIDINHAS
André Breton e os manifestos.
A editora 100 Cabeças, especializada em literatura surrealista, prepara a
publicação de
Manifestos do surrealismo, um livro em que Breton descreve
os objetivos, significado e posição política do movimento do qual se tornou um
dos pilares.
OBITUÁRIO
Morreu Márcio Souza.
Márcio Souza nasceu em Manaus a 4 de março de 1946. Ainda jovem começou
a trabalhar como crítico de cinema para o jornal O trabalhista; a vida
na mídia impressa continua com a coordenação, na década de 1960, das edições
oficiais do estado do Amazonas. O cargo é logo deixado para estudar Ciências
Sociais, primeiro, em Brasília, e depois, em São Paulo. Os estudos também foram
interrompidos pelo início de uma vida prolífica com a escrita e direção para o
teatro e o cinema. É dessa época os roteiros de O país do futebol, de
Hector Babenco, e Luar do sertão, de Oswaldo de Oliveira. Censurado e
preso por trabalhos como A idade do ouro e Zona Franca, meu amor
durante a ditadura militar, Souza regressou à sua cidade natal em 1972, onde
passou a atuar em várias frentes ligadas à dramaturgia. É desse período o seu
filme A selva, adaptação do romance do escritor português Ferreira de
Castro e da escrita de Galvez: imperador do Acre, um dos seus maiores
sucessos e marco na carreira literária. A vida literária é sempre acompanhada
pelas várias frentes de atuação no serviço público: nos anos 1990, por exemplo,
exerceu o cargo de diretor do Departamento Nacional do Livro, presidente da
Fundação Nacional das Artes e, mais tarde, do Conselho Municipal de Política
Cultural da cidade de Manaus. Escreveu vasta obra, entre o teatro, a biografia,
o romance, a crônica e o ensaio, destacando-se por A resistível ascensão do
Boto Tucuxi e Mad Maria, que juntamente com Galvez...,
receberam adaptações de sucesso para a televisão. Entre outros livros estão: O
fim do terceiro mundo (romance); História da Amazônia: do período
pré-colombiano aos desafios do século XXI e Amazônia indígena
(ensaios); Lealdade, Revolta e Desordem, partes de uma
tetralogia acerca da formação do Grão-Pará. Márcio Souza morreu no dia 12 de
agosto de 2024.
DICAS DE LEITURA
Na aquisição de qualquer um dos
livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a
manter o Letras.
1.
A lenda do santo beberrão,
de Joseph Roth (Trad. Mário Fungillo, Editora Estação Liberdade, 80p.) Vivendo
às margens do Rio Sena, um beberrão recebe, certo dia, uma vultuosa quantia em dinheiro
e promete, tão logo possa, devolver o valor recebido a uma santa. A narrativa
procura escrutinar as idas e vindas da consciência desse homem ante o acordo
assumido como gesto de inquebrantável idoneidade.
Você pode comprar o livro aqui.
2.
Impressões de leitura e
outros textos críticos, de Lima Barreto (Penguin/ Companhia das Letras,
360p.) Um livro que reúne os textos coletados por Francisco de Assis Barbosa, Antônio
Houaiss e Manuel Cavalcante mais uma coletânea organizada por Beatriz Rezende
cobre de 1906 a 1921 a atividade do autor de
Triste fim de Policarpo Quaresma
como leitor.
Você pode comprar o livro aqui.
3.
Abraço apertado, de Romain
Gary
(Trad. de Rosa Freire D’Aguiar, Todavia, 224p.) Uma fábula
humorística que trata da relação entre um funcionário de escritório e uma cobra
píton, seu animal de estima.
Você pode comprar o livro aqui.
BAÚ DE LETRAS
Os leitores brasileiros recebem em
setembro um novo romance de Domenico Starnone e enquanto isso podem encontrar
aqui no
Letras resenha para todos os livros do escritor italiano já
publicados entre nós: Pedro Fernandes escreveu sobre
Laços aqui; depois,
aqui, sobre
Assombrações; e
mais adiante sobre
Segredos. Há dois
anos, Sérgio Linard resenhou
aqui Dentes.
No passado 14 de agosto de 2024,
alcançamos as duas décadas da morte do poeta polonês Czesław Miłosz. Sublinhamos
a efeméride recordando dois textos do nosso arquivo: o
comentário acerca do
livro de memórias
Mente cativa; e um
breve perfil de Miłosz — na
publicação, o leitor encontra uma pequena seleta de poemas.
Foi no dia 17 de agosto de 1930
que Ted Hughes nasceu em West Yorkshire. Em janeiro deste ano, nosso colunista
e poeta Pedro Belo Clara publicou cinco poemas do livro
O falcão à chuva
(The Hawk in the Rain, 1957) no âmbito do projeto De Versos.
Leia aqui.
DUAS PALAVRINHAS
Minhas palavras são também um
protesto. Recuso à doutrina o direito de justificar os crimes cometidos em seu
nome. Recuso ao homem moderno, que esquece como é miserável em comparação com o
que o ser humano pode ser, o direito de medir o passado e o futuro com sua
própria medida.
— Czesław Miłosz,
Mente cativa
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