LANÇAMENTOS
Martin Amis recupera períodos sórdidos de sua vida adulta
e momentos de alegria e júbilo com amigos e mentores. As obsessões do autor,
como a sombra de seu pai Kingsley Amis, também escritor, a rivalidade literária
na cena cultural e o desejo sexual em contraste com a vida burguesa retornam em
um texto explosivo.
Martin Amis construiu uma carreira literária ousada, com
livros que deixaram sua marca pela verve desaforada, como
Dinheiro, que
trata de uma vida de excessos no auge do capitalismo, e pela coragem em tratar
de temas espinhosos, como
A zona de interesse, que retrata o cotidiano
doméstico de algozes nazistas durante o Holocausto. Acossado pelo
envelhecimento, o escritor decidiu em
Os bastidores encarar o espelho e
tentar dar conta da própria vida, em tudo o que ela teve de mais difícil,
constrangedor e contraditório. É este o seu último livro — híbrido de romance,
ensaio e memórias, e que poderia ser preguiçosamente classificado como “autoficção”
— e nele acompanhamos a formação do jovem Martin, que se dá em larga medida
graças às pessoas que o cercam, como os grandes nomes da escrita anglófona do
século XX, Philip Larkin, Saul Bellow e Christopher Hitchens.
Os bastidores,
mais do que uma jornada pela cena literária britânica, oferece uma visão íntima
e despudorada dos segredos de um homem, num texto que testa os limites do que
Amis batizou de “escrita da vida”, gênero que se sentia muitas vezes condenado
a exercer. Com tradução de José Rubens Siqueira, o livro é publicado pela
Companhia das Letras.
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Um livro ágil, que discute a ideia de escrita/ escritura
ao mesmo tempo em que trata esses temas na própria narrativa ficcional. Um
livro que abre para leitores e leitoras a experiência da inventividade da
escrita contemporânea.
A outra vida é o quinto livro de Ariel Luppino e
pode parecer uma escolha editorial arriscada e controversa publicá-lo em
português pela primeira vez justo com esse texto. Por um lado, porque é
apresentar ao leitor a obra de Luppino já em movimento, isto é, começar pelo
meio, sem chão onde se escorar e sem porto aonde ir. Por outro lado, porque
não se trata mais de uma novela, como seus livros anteriores, com trama e
personagens bem definidos. É um livro composto por fragmentos, entre a
biografia, a filosofia e a teoria literária, e que parece propor, como diz o
escritor Francisco Magallanes, editor argentino de Luppino e responsável pela
editora Club Hem, uma “ontologia da escritura”. Narra em primeira pessoa a
história da relação entre o Decapitado, o Monstro e o Sol Final. Nomes que
podem ou não ser, como diz Luppino no livro, representações de Marcelo Fox,
Alberto Laiseca e Ithacar Jalí (outro personagem mítico da Buenos Aires dos
anos 1960, primo de Chê Guevara, performer e místico). A outra vida apresenta
a ficção disruptiva e impactante desse autor que vem sendo cada vez mais
reconhecido como um expoente importante da literatura latino-americana. Com
tradução de Joca Reiners Terron, o livro sai pela Numa Editora.
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É com impressionante precisão que Tadeusz Borowski
(1922-1951) descreve, baseado na própria experiência, o dia a dia dos campos de
concentração nazistas em toda a sua barbárie, mas também em suas rotinas de
sobrevivência, numa obra-prima da literatura polonesa e de testemunho, lançada
logo após a Segunda Guerra Mundial, que chega agora ao Brasil.
Os contos de Borowski impressionam por retratar não apenas
as atrocidades dos campos de extermínio, mas também seus efeitos sobre a psique
humana e os valores éticos, gerando uma filosofia específica de sobrevivência,
na qual as fronteiras entre carrascos e vítimas podem se confundir Borowski
começa, no conto que dá título ao livro, em um gueto na Varsóvia ocupada pelos
alemães, que vive da economia do contrabando, dos atos dos grupos de
resistência e, sobretudo, do constante medo da deportação para os campos de
concentração. As histórias seguintes se passam em meio ao transporte de
milhares de pessoas para os crematórios, o assassinato de adultos e crianças, a
fome e os trabalhos forçados – entre eles, a abertura de valas para enterros em
massa. Nas duas últimas, “A batalha de Grunwald” e “A ofensiva de janeiro”, já
se deu a libertação da Polônia e a transferência dos prisioneiros para os
campos de refugiados na Alemanha. O narrador é Tadek, um intelectual não judeu
que escreve cartas apaixonadas para a namorada, Maria. Sua visão dos
acontecimentos é pragmática, muitas vezes cruel e cínica. Como observa no
posfácio Piotr Kilanowski, especialista em literatura de testemunho, a
coletânea apresenta o homem “laguerizado” — ou seja, moldado pela vivência dos
campos de concentração — “foi destruído não apenas em sua humanidade corpórea,
mas antes de tudo sua humanidade psicológica”. Tadek, ainda segundo o posfácio,
se vê na dupla condição de “vítima do sistema e a de uma engrenagem em seu
mecanismo”. É assim que nos campos de concentração transcorre o contrabando, a
hierarquia oficial e a informal, o desprezo mútuo, a observação desapaixonada
dos acontecimentos inomináveis, a cooptação de prisioneiros para funções de
vigilância de outros internos, o orgulho sentido pelos sobreviventes e
privilegiados — como Tadek, que atua como enfermeiro. Ao mesmo tempo,
organizam-se simulacros de “vida normal”: jogos de cartas, partidas de futebol,
lutas de boxe, plantio de hortas e apresentações musicais. E, em volta dos
campos, a bela natureza segue inabalada pelo inferno adjacente. As minúcias e o
engenho literário de Borowski fazem todo esse cenário complexo ganhar vida. Uma
prova da qualidade palpável e visual do texto de Borowski foi a transposição de
seus contos para o cinema pelas mãos do célebre diretor Andrzej Wajda, no longa-metragem
Paisagem após a batalha (1970), exibido no Festival de Cannes. Com tradução de Matheus Moreira Pena,
Adeus, Maria e
outros contos é publicado pela editora Carambaia.
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Mais um título da obra excepcional de B. Traven ganha
primeira tradução e edição brasileiras.
A edição original de
Os catadores de algodão (do
original alemão
Die Baumwollpflücker) apareceu em fascículos, ao longo
de junho e julho de 1925, no diário
Vorwärts, de Berlim. No ano
seguinte, o folhetim foi publicado em livro com o título modificado para
Der
Wobbly. Traven, entretanto, ainda não parecia satisfeito com o resultado
dessa segunda versão, e continuou trabalhando nela até 1929, quando publica a
sua versão final do livro, retomando o título original. Quem já leu
O navio
da morte, do mesmo autor e lançado pelo Selo Quimera/ 7Letras, perceberá
que o narrador de
Catadores… é o mesmo Gerard Gales daquele livro, o
qual, após o seu naufrágio, aparece misteriosamente no México
pós-revolucionário. O assunto principal do livro são as contradições da vida
dos trabalhadores em geral, não apenas as relativas às péssimas condições de
vida dos que colhiam algodão, pois Gales continua o mesmo andarilho da primeira
parte de
O navio… e não se fixa num só tipo de ocupação ou de lugar. As
andanças de Gales pelo interior do México testemunham um novo mundo pleno de
possibilidades e, no entanto, já desgraçadamente penetrado da velha opressão
racial, econômica e cultural. No âmbito da inescrupulosa exploração patronal
vão sendo forjadas a resiliência e a descoberta dos primeiros instrumentos de
defesa do trabalhador, como é o caso das greves sindicais e dos vários
expedientes de sobrevivência de que vão lançando mão. Tal como
O navio da morte,
Catadores… é composto de partes bem distintas. A primeira vai desde o
que Gales chama de formação da “classe proletária”, com seis companheiros
buscando um emprego de catador de algodão, até a oportunidade de trabalhar como
perfurador de poços de petróleo. Ainda nesta primeira parte, há a interpolação
de duas narrativas misteriosas: a do caso da multiplicação dos ovos,
basicamente cômica, e a do episódio do assassinato de Gonzalo, que ganha um
tratamento fantástico, quase de terror. A segunda parte do livro conta o que se
passou em dois novos empregos de Gales, o de confeiteiro, e depois o de
vaqueiro a conduzir o gado por regiões geograficamente inóspitas e socialmente
marcadas pelo banditismo. Também aqui, a ação da novela é entremeada por dois
episódios importantes, desta vez ligados à suspensão do trabalho, a saber, o
tempo de lazer dispendido no cassino-cabaré e a espécie de epopeia herói-cômica
da prostituta Jeannette. Em termos estruturais, a novela apresenta uma novidade
extraordinária: o grupo de pessoas diversas que ali se encontra de maneira
fortuita funciona como uma amostra da classe proletária em formação, a qual,
dali em diante, inicia o seu processo de “esclarecimento e organização”. É como
se o livro fosse o desenvolvimento de um romance de tese, ou de um programa
didático-político, na qual a classe trabalhadora iniciava alegoricamente uma
jornada em direção à sua emancipação. Mas nada acaba por ser tão direto assim:
a ironia, a ambiguidade, o impacto emocional dos eventos particulares vão
moldando a história de Gales e de seus companheiros num tempo que já não é o do
programa político apenas, mas o das experiências contraditórias, emocionalmente
densas e com consequências inesperadas. Com tradução de Érica Gonçalves Ignacio
de Castro, o livro sai pelo Selo Imprimatur/ 7Letras.
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Um regresso à obra de Ezra Pound. Livro apresenta uma das
mais inventivas obras do autor estadunidense marco da literatura do século XX.
Hugh Selwyn Mauberley é o personagem-título que representa a
persona concebida por Pound para revisitar a arte da poesia, explorando temas e
técnicas que vão de Safo até seus contemporâneos. Mauberley é o poeta
encarregado de registrar o período “beletrista” (1908-1911) e de enterrar E.P.,
ajudando-o a se tornar o poeta modernizado dos anos 1912 a 1920. A partir dessa
premissa, “vida e contatos” são retratados no livro em retrospectiva. Surgem aí
uma série de personagens, de diversos tempos e espaços, reais e fictícios, como
Flaubert, Cristo, Dionísio, Heráclito, Pisístrato, Apolo, Gladstone,
Burne-Jones, Rossetti, Dowson, Lionel Johnson, Lady Valentine, Jacquemart, Pier
Francesca, entre muitos outros, que levam Dirceu Villa a defender, com David
Heymann, que Hugh Selwyn Mauberley é um “poema-com-chave”, evocando o subgênero
do
roman à clef, em que os personagens são inspirados na vida real e
disfarçados sob pseudônimos criados pelo autor. Assim, Villa traduz Mauberley
tramando, dentro e fora do poema, o mapa que conduziu a arte do verso ao que
foi se tornando ao longo do século XX e depois, tecendo os reflexos e
similitudes com o nosso tempo, os quais jamais se furta a apontar: os problemas
não resolvidos de uma cultura literária, ainda, e hoje. Na recriação poética, o
gesto do tradutor equipara-se ao do criador na busca do verdadeiro sentido da
forma, trazendo este Ezra Pound em português bem mensurado em sua polimetria,
decidido nas escolhas lexicais e decisivo no jogo sintático. A tradução vem
acompanhada de um texto de apresentação cuidadosamente preparado por Villa, ao
mesmo tempo explicativo, para novos leitores, e propositivo, ao oferecer uma
revisão da crítica poundiana. O livro inclui também notas que auxiliam na
compreensão dos personagens e do ambiente literário discutido nos poemas. A
edição dos textos, de partida e de chegada, também foi criteriosamente
preparada a partir do cotejo de edições de Mauberley corrigidas pelo próprio
Pound, ou póstumas, e preserva todas as idiossincrasias poundianas. Esta edição
também conta com a reprodução das capitulares desenhadas pelo vorticista Edward
Wadsworth para a primeira edição do livro, de 1920, publicada pela lendária The
Ovid Press, pequena editora comandada por John Rodker (1894-1955), que
funcionou de 1919 a 1922, deixando pouco mais de uma dezena de títulos que
ocupam hoje as prateleiras dos incontornáveis da literatura.
Hugh Selwyn
Mauberley sai pela editora Synrix.
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A reunião de poemas — boa parte inéditos em livro — de Victor
Heringer.
Embora tenha ficado mais conhecido entre os leitores pelo
premiado romance
O amor dos homens avulsos, a estreia de Victor Heringer
em livro foi como poeta. Além de ficção e crônicas, sua produção abrange uma
vasta quantidade de poemas, publicados sobretudo na forma de plaquetes por
editoras independentes e em séries lançadas exclusivamente na internet. A
experimentação formal, uma das marcas de Victor, está presente em tudo o que
ele criou: em sua obra, proliferam mídias, estilos, formatos e modos de dizer,
que mostram a liberdade do pensamento de um artista no auge de sua produção. A
ousadia e a rebeldia — um inconformismo geral, talvez — estão no cerne de sua
expressão criativa. Tudo que parte de sua perspectiva ganha frescor e interesse
e serve como convite para enxergarmos o mundo novamente, sem o automatismo de
quem já olhou tantas vezes. Em
Não sou poeta, os leitores podem conhecer
as maquinações de uma mente inquieta e brilhante. Essas engrenagens aparecem
quando Victor contempla o céu e imagina um astronauta a quilômetros de
distância, flutuando no silêncio do cosmo, mas também quando se volta para os
próprios pés e observa seus sapatos gastos. Publicação da Companhia das Letras.
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Lorena Portela captura, na passagem do tempo, os
movimentos íntimos do amor e do amadurecimento, assim como os efeitos da
solidão e do desamparo.
“Em qualquer cidadezinha, enterro é evento pra ir todo
mundo, cachorro, pessoas e também crianças, sem distinção nenhuma, conhecidos
ou não.” Nessa cidadezinha em particular, o morto é seu Jeremias, e as crianças
são Dora e Esmê, duas primas inseparáveis, cuja alegria não é abalada nem pelo
defunto ali diante delas. Pelo contrário, as duas se ocupam de um santinho
pendendo do bolso de Jeremias, num jogo de cumplicidade e graça. O pequeno
episódio, que de alguma forma irá marcar a vida de ambas, é um retrato
bem-acabado dessa relação incomum. Dora foi criada sem a mãe, e por um pai
entregue à solidão e à apatia, um ente silencioso que vive na penumbra. Desse
lar fantasmagórico, Dora salta todos os dias para a vida ao lado de Esmê, sua
abertura para o mundo lá fora, acompanhada também pelos vizinhos e por Joana, a
amiga-desatino. O mundo lá fora é Rio do Miradouro, uma cidade no interior do
Ceará, daquelas em que todos sabem da vida de todos e onde cada um tem uma
opinião sobre como o outro deve viver. Quando a infância vai se afastando no
retrovisor, a adolescência traz consigo Jaime e as primeiras descobertas. Dora
e Esmê dividem tudo e a cumplicidade de ambas, antes infantil, ganha novos
contornos: a dupla vira um trio e a vida adulta chega, enfim, com suas belezas
e ausências.
O amor sem fome é uma publicação da editora Todavia.
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Roberto Calasso reimagina o escritor e publicitário
italiano Bobi Bazlen.
Misterioso, místico, com um faro formidável para a
literatura; descobridor, elusivo, nome tutelar da Adelphi, a mais
extraordinária editora italiana: visionário, inquieto, irrequieto, onívoro,
tranchant
“certamente estava um passo à frente de todos” e, aos olhos de todos,
encarnação de quem conseguiu se desvencilhar das ideias correntes, “após ter
passado por elas, mas em um tempo remoto, como doenças infantis”. Quem era Bobi
Bazlen? Um furacão silencioso, capaz de embaralhar a geografia preestabelecida
da cultura italiana. Quem era Bobi? O esquivo, aquele que todos diziam conhecer
e que ninguém conhecia realmente. O protagonista de histórias imprecisas, o inventor
de palavras como
primeiravezcidade, o amigo. Lançado, como resíduo de
uma de suas profecias, no dia da morte de Roberto Calasso,
Bobi é uma
narrativa fugaz, um conjunto de anotações esparsas, um insolente ato de amor
para um daqueles raros seres humanos que, nascidos mortos como todos, “conseguem
aos poucos se tornarem vivos”. Com tradução de Pedro Fonseca, o livro sai pela
editora Âyiné.
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REEDIÇÕES
Regressa às livrarias o ensaio composto pelo dramaturgo
Samuel Beckett acerca da obra-prima de Marcel Proust.
Escrito sob encomenda no verão de 1930, antes da estreia de
Beckett na ficção e nos palcos,
Proust oferece um assombroso diálogo
entre duas mentes brilhantes e prenuncia estratégias estilísticas do autor
irlandês: as frases incisivas e o pensamento límpido, que parece sempre andar
na corda bamba do abismo do absurdo. Por ter sido redigido logo após sua
célebre análise de James Joyce, o ensaio contempla a profunda conexão de
Beckett com as vanguardas modernistas, não apenas assimilando a radicalidade do
movimento, mas agindo como intérprete de sua ousadia. Esta leitura de Proust é,
também, um manifesto. As palavras de Samuel Beckett oferecem chaves inéditas
para o pensamento proustiano, muitas vezes indo contra o senso comum das
leituras mais óbvias de
À procura do tempo perdido e servindo como um
guia pelo labirinto de sua própria obra ao expor as maneiras como esta se
relaciona com a memória, o tempo e a moral vigente. A tradução de Arthur
Nestrovski é reeditada pela Companhia das Letras.
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RAPIDINHAS
A biografia de Oswald de Andrade. Lira Neto, autor de
admiráveis perfis que marcaram o gênero no Brasil, se prepara para apresentar
no segundo semestre deste ano
Mau selvagem, obra que destrincha as
várias faces de um dos nomes do modernismo de 1922.
Ismail Kadaré nasceu no dia 28 de janeiro de 1936, em Gjorokastër. Estudou história e filologia na Universidade de Tirana e no Instituto Górki de Literatura em Moscou. Depois de sofrer ameaças do regime comunista albanês, exilou-se na França em outubro de 1990. Da vasta obra que nos deixou, destacam-se títulos como Abril despedaçado, Dossiê H., A ponte dos três arcos, Uma questão de loucura e O jantar errado. Com sua obra, sempre marcada pela devastação da Albânia pelas tropas que se digladiaram durante a Segunda Guerra Mundial, Kadaré foi considerado um dos maiores escritores e intelectuais do século XX, reconhecimento que veio através de prêmios como o Man Booker em 2005 e o Príncipe de Asturias em 2009. O escritor morreu dia 1° de julho de 2024 em Tirana.
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