LANÇAMENTOS
No centenário da morte de Franz Kafka, O processo
ganha edição especial em capa dura, com a consagrada
tradução de Modesto Carone e desenhos do autor.
Em agosto de 1914, logo após a Europa entrar em guerra, Franz Kafka
escreveu dois capítulos de
O processo, os primeiros de uma composição
errante, que usava diferentes suportes e abria mão da linearidade. O fragmento
de romance foi abandonado definitivamente em janeiro de 1915, e sua publicação
ocorreu depois da morte do autor, em 1924. O livro é resultado do trabalho de
edição póstumo de Max Brod, amigo e testamentário da produção literária de
Kafka, que ordenou os manuscritos e impôs uma linha narrativa à absurda
história de Josef K., um homem que é preso e levado a julgamento sem jamais
saber de que está sendo acusado. Esta, porém, não é a única possibilidade de
leitura da obra inacabada. De acordo com o organizador desta edição, Renato
Faria, há caminhos para se “imaginar e testar outras possibilidades de
reconstrução e configuração de um dos maiores romances do século XX”. No ano do
centenário da morte de Kafka, a Companhia das Letras traz a renomada tradução
de Modesto Carone em edição especial, com desenhos do próprio autor e fortuna
crítica contendo textos inéditos do filósofo francês Jacques Derrida e do
germanista Rolf-Peter Janz, que atestam a modernidade e o poder da prosa
kafkiana, ainda hoje capaz de nos causar assombro.
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Um novo título na publicação dos diários de Virginia Woolf.
Entre os anos de 1915 e 1917, Virginia Woolf sofreu um colapso que a
impediu de ler e escrever. Durante esse hiato, no qual ela viveu na cama e à
base de leite por recomendação médica — era esse o tratamento dado às mulheres
que sofriam de crise nervosa à época — Virginia como que desaprendeu a
escrever. Seu pensamento brilhante ficou embotado, sua capacidade
extraordinária de reter a vida em palavras e frases sublimes definhou. Em 1917,
ela volta a escrever seus dias no chamado diário de Asheham, um pequeno caderno
que mantinha na casa em Sussex, onde o casal Woolf passava curtas e longas
temporadas. Em agosto de 1917, ela escreve: “Viemos a Asheham. Caminhamos desde
Lewes. Parou de chover pela primeira vez desde domingo. Estão consertando o
telhado e o muro de Asheham. Will resolveu o canteiro da entrada, deixando
somente uma dália. Abelhas na chaminé do telhado”. É de frases telegráficas e
entradas curtas como essa que se compõe
O diário de Asheham, que durante
muito tempo foi como que desprezado pela crítica e abandonado pelas editoras
pela suposta desimportância de seu conteúdo, ainda que, na verdade, sua rara
beleza e qualidade literária estejam justamente nisso. A sensação que se tem ao
ler as passagens é que Virginia está reaprendendo a escrever, lutando para
recuperar sua capacidade narrativa depois do apagão psíquico que sofreu. Longe
do frisson da Londres que ela tanto amava, apoia sua escrita na paisagem em
torno de Asheham. Registra a miudeza dos dias. Das caminhadas embaixo de sol ou
de chuva à colheita de cogumelos, maçãs e amoras. É comovente observar sua
melancolia e precariedade, que se revelam também nas dificuldades concretas
impostas pela guerra: ela anda com botas maiores que seus pés que a machucam,
não tem açúcar para fazer sequer uma geleia, cata gravetos para substituir o
carvão que está em falta, embora nunca deixe de reparar no narciso que brota,
nas borboletas coloridas ou no céu vermelho. Quem tiver olhos para ver notará, em meio a essa pouquidão, emergir em
trechos estupendos o brilho de sua genialidade: “Comemos batatas da horta.
Houve um ataque aéreo hoje”. A frase que reverbera a famosa entrada do diário
de Kafka: “Alemanha declarou guerra à Rússia. Natação à tarde”, a leva e nos
leva imediatamente ao verdadeiro lugar que Virginia ocupa na história da
literatura mundial, o da mais brilhante escritora do século XX. Com tradução de
Ana Carolina Mesquita, o livro é publicado pela editora Nós.
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Um romance que evoca
intimamente as experiências e polêmicas da vida do próprio romancista.
Na trama de
Lord Lyllian:
missas negras, o abusador e o abusado têm papel central. O lord escocês
Renold Lyllian é o protagonista, um jovem dotado de um charme estranho e
perturbador, capaz de cativar homens e mulheres. Precocemente órfão, sem
parentes ou amigos, seus pais bem como seus antepassados são como fantasmas. No
ambiente melancólico e tedioso do castelo familiar, o garoto de quinze anos
conhecerá o genial e polêmico escritor Harold Skilde. Após o encontro marcante,
Skilde se torna uma espécie de amigo, preceptor, companheiro de viagem e,
futuramente, amante para o garoto, através de uma relação abusiva. Juntos,
ambos se entregam a prazeres estéticos e embarcam numa viagem para a Grécia,
sedentos de arte e vida, de fantasia e realidade. A extravagância e a
genialidade de Skilde, que, de sua glória decai até as ruínas, marcam Lyllian e
sua vida sexual, tão variada quanto fluida, uma vez que o jovem se interessa
tanto por homens como por mulheres. Trata-se de um romance que evoca
intimamente as experiências e polêmicas da vida do próprio Fersen e que se
aprofunda nas polêmicas do universo LGBTI+. A partir disso, reflete sobre a
disseminação de inverdades, a fofoca e o julgamento, permitindo que o leitor
trace paralelos com os tempos da pós-verdade, com os tempos atuais. Com
tradução de Régis Mikail e ilustrações de Aubrey Beardsley, o livro é publicado
pela editora Ercolano.
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Um segundo romance de Jean-Claude
Grumberg ganha tradução e edição no Brasil.
Nesta ficção inesquecível, que
confronta os sonhos e pesadelos da história, acompanhamos uma senhora idosa que
se prepara para passar o Natal sozinha. Em algum momento da madrugada, entre a
vigília e o sonho, ela se depara com o próprio Papai Noel perdido na chaminé de
seu apartamento. Esse encontro a transporta para o tempo em que os nazistas
aniquilavam os judeus na Europa e para o presente em que uma pandemia global
ceifa a vida de milhões, especialmente a dos mais velhos e vulneráveis.
As chaminés tocam o céu: um conto para
crianças velhas, de Jean-Claude Grumberg, é publicado pela editora Todavia.
A tradução é de Rosa Freire d'Aguiar.
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As primeiras tentativas de se
escrever um romance.
Efesíacas é o mais breve
dos romances gregos de amor, porém é também o mais difícil de resumir, por
apresentar uma trama muito enredada, que inclui peripécias sequenciais e
duplicação de padrões narrativos. Para alguns, isso se deve ao fato de a
obra constituir ela mesma uma versão resumida, ou epítome, do original.
Efesíacas,
como as demais obras que compõem o
corpus do romance grego antigo,
conjuga amor e aventura (
erotiká e
parádoxa). Habrocomes, um
jovem de extraordinária beleza, atrai a ira do deus Eros, por ser desdenhado
pelo protagonista. Eros faz com que ele se apaixone pela belíssima Ântia,
sendo por ela correspondido, começando então uma longa jornada para os
heróis romanescos. Centrada no par protagonista, a narrativa descreve sua
paixão inicial, a subsequente separação do casal, pontuada por aventuras em
lugares distantes, sua reunião e regresso à terra natal, com direito a um
final feliz, elementos constantes no gênero. Com tradução do grego de Adriane
da Silva Duarte, professora de Língua e Literatura Grega na Universidade de
São Paulo (USP), o livro em edição bilíngue é publicado pela editora Mnēma.
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Um novo título de prosa para a
coleção de obras contemporâneas da literatura brasileira apresentada pela
Editora 34.
Uma das canções mais conhecidas
dos Beatles, “Eleanor Rigby”, de 1966, indaga acerca das pessoas solitárias,
“Where do they all come from?” — isto é, “de onde todas elas vêm?”. Uma
interrogação similar atravessa os 21 contos de
Tantra e a arte de cortar
cebolas, de Iara Biderman. Da mulher que na noite de Natal traz para casa
um menino de rua à senhora que, no último conto, tenta voltar para um edifício
que não reconhece, passando por michês, travestis, um bizarro vigia de
zoológico, uma recém-casada prestes a chutar o balde, uma cleptomaníaca
enfurecida e muitos outros personagens, em praticamente todas as histórias
deste livro de vozes majoritariamente femininas há alguém que recusa o lugar
onde está. Com ritmo ágil e uma grande variedade de registros, Iara Biderman
escreveu um livro em que a sensação de deslocamento dá a tônica e se traduz num
forte impulso de cruzar fronteiras — de classe, de gênero, de sexo, de moral,
de gosto e, até mesmo, de espécie.
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O novo livro do poeta e colunista do Letras, Tiago D. Oliveira sai pela editora 7Letras.
Quem não convive com um cachorro acha muito estranha toda conversa sobre a inteligência e a sensibilidade dos animais. Ainda mais quando se tomam como referência esses outros e depilados seres que somos — humanos. Porque é fácil perceber que cachorros dominam artes que poucos de nós praticamos. Cães farejam com precisão, ouvem o quanto querem, sabem a linguagem da lambida, distinguem mil formas de morder, sorriem com o rabo, perguntam com os olhos e, de quebra, fazem naturalmente algo que é cada vez mais raro entre nós: os caramelos estão sempre plenamente onde estão. Os poemas de Tiago D. Oliveira, em Caramelo quer ver o mar, são caninos num sentido bem preciso: passam pelo mundo vendo-o desde a altura privilegiada de que os cachorros veem a vida, com as narinas e as orelhas mais perto do chão e as patas apalpando cada imperfeição das ruas e calçadas. Esgueirando-se, altivo e sem pressa, entre as pernas que não sabem para onde vão, andar com(o) o caramelo de Tiago pelas ruas de Salvador é um pouco aquela “total suspensão da humanidade” de que ele fala, ainda mais se lembramos que “humano”, aqui, é esse estranho que vaga entre ubers e streamings, likes e artificial intelligence, sem fazer muita questão de que a vida faça sentido. Já percebemos nos outros livros de Tiago que ele aprendeu bem a lição de Manuel Bandeira: “a poesia está em tudo — tanto nos amores como nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas”. O poeta sempre circulou com maestria por essas bandas horizontais da poesia, colhendo poesia na vida que se desenrola ao seu redor, mas, neste novo livro, ao convocar um caramelo “doce, falho, salvo e impreciso” para ser o poeta, Tiago consegue fazer com que seus versos revirem, desde baixo, as paisagens diante dos leitores e, nelas, a cidade não coincide com as propagandas do verão. E assim ele nos recorda que poesia se faz assim: ao ar livre, rés do chão, virando latas. (Tarso de Melo) Você pode comprar o livro aqui.
Mais um livro de Camila Sosa Villada.
A namorada de Sandro
é uma coletânea de pequenos textos, em que Camila Sosa Villada, autora de
O
parque das irmãs magníficas e
Sou uma tola por te querer, confirma
seu lugar entre as principais vozes da literatura latino-americana
contemporânea, mesclando a realidade — às vezes terrível — de personagens
marginais ao seu imaginário mágico e afetivo. Para desvendar os mistérios do amor travesti, Camila Sosa Villada se
arma com sua voz doce e os amuletos que soube construir e acumular na
intensidade da noite. Às vezes ama, outras odeia, deseja e é desejada,
despejando tristeza e felicidade em cada um dos corpos sobre os quais derrama
sua essência. Como uma grande feiticeira, gera versos carnívoros e plantas
dóceis, palavras que adornam os terraços em que residem seus sapatos de salto.
A nós, leitores, nos resta vê-la sangrar, queimar e rir do mundo. Talvez a
memória dos amantes perdidos seja a que menos machuca entre todas as oferendas
que ela nos traz em
A namorada de Sandro. Há também a mãe de aluguel, a
fadiga do pai em sua luta contra a pobreza, a amada do amante e os amigos que
já se foram. Publicação pelo selo Tusquets; tradução de Joca Reiners Terron.
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REEDIÇÕES
O segundo volume da reedição da obra completa de Orides Fontela.
O título
Helianto, do segundo livro de Orides Fontela, publicado
em 1973, é sinônimo de girassol. Essa flor que acompanha o sentido do astro
maior orienta também o olhar do leitor. Os poemas de Helianto são, afinal,
guiados pela imagem da circularidade. A partir desse movimento fundamental da
natureza ― explícito em poemas como “Oscila” e “Paisagem em círculo” ― a poeta
aprofunda a experiência ao mesmo tempo telúrica e elevada que já explorara em
Transposição, seu primeiro livro. Celebrada, na época da publicação, por José Paulo
Paes e Antonio Candido, a poeta investiga nos poemas de Helianto a apreensão e
fixação do que é efêmero. Da mesma maneira, o percurso que vai das imagens do
firmamento ao solo reafirma a tensão da obra de estreia, entre o transcendente
e o concreto, além do aprofundamento da especulação teológica e das
experiências místicas, nas quais a justaposição de criação humana e natureza
compõe uma forma de ascensão ao sagrado.
Helianto sai depois de
Transposição,
reeditado em novembro de 2023, pela editora Hedra.
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A bela e a fera
é o quarto volume da coleção de edições especiais com
os manuscritos e datiloscritos de Clarice Lispector, na qual já foram
publicados os romances A hora da estrela,
Água viva e
Perto
do coração selvagem.
Os dois últimos contos que escreveu foram juntados aos seis contos que
marcaram o início de sua carreira, todos publicados somente após seu
falecimento, evidenciando a progressão e desenvolvimento de sua trajetória como
escritora. Apresenta-se aqui, assim, um panorama ímpar de sua produção como
contista, categoria na qual foi contemplada com um Prêmio Jabuti em 1960, por
Laços de família. Enriquecem o conjunto cinco ensaios inéditos de grandes
pesquisadores e estudiosos da obra clariceana: “Eros e Tânatos no reino
desencantado”, de Yudith Rosenbaum; “Retratos artísticos da hora perdida”, de
Claudia Nina; “A ferida grande demais”, de José Castello; “A busca que devora:
reflexões sobre dois contos de Clarice Lispector”, de Faustino Teixeira; e “Clarice,
desconcertante e parceira”, de Bernardo Ajzenberg. Ensaios brilhantes e
depoimentos emocionantes que espelham a beleza selvagem e a irrepreensível
coerência da obra de Clarice Lispector, sempre igual a si mesma, completamente
diferente de todos. Publicação da editora Rocco.
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OBITUÁRIO
Morreu John Burnside
John Burnside nasceu no dia 19 de
março de 1955, em Dunfermline. Seu itinerário pela literatura começa em 1988,
quando ainda dividia as atividades de escrita com as de engenharia de software.
A formação e a experiência literárias o levaram a atuar como professor de
escrita criativa, literatura e poesia estadunidense na Universidade de St.
Andrews, a instituição mais antiga da Escócia. Destacou-se na poesia e na prosa
(com contos, romances, ensaios e memórias). O título de estreia,
The Hoop,
valeu uma das mais longevas relações editoriais, com Robin Robertson, e o
Scottish Arts Council Book Award, o primeiro prêmio de uma carreira marcada por
vários reconhecimentos do tipo; Burnside é até agora um dos três nomes que
receberam os mais prestigiados prêmios do Reino Unido, o T. S. Eliot e o
Forward Poetry, com um mesmo livro —
Black Cat Bone (2011).
Na poesia, publicou ainda Common
Knowledge (1991), The Asylum Dance (2000), The Hunt in the Forest
(2009), Apostasy (2021), Ruin, Blossom, entre outros. Como
contista publicou antologias como Burning Elvis (2000) e Something
Like Happy (2013). No romance, destacam-se títulos como
The Dumb
House (1997),
Living Nowhere (2003),
The Devil’s Footprints
(2007) e
The Glister (2008). No Brasil, os dois únicos livros de John
Burnside conhecidos até o presente são a coletânea de poemas
Pluvioso
(2016), organizada e traduzida por Joffre Rio, e o romance
Havergey, com
tradução de João Ricardo. John Burnside morreu no dia 29 de maio; a notícia do
seu falecimento foi confirmada apenas neste 31 de maio de 2024.
DICAS DE LEITURA
A presença de Franz Kafka no
Letras
é quase perene; o leitor deste Boletim poderá constatar um pouco disso lendo a
seção “Baú de Letras”, abaixo. Mas, se contarmos a quantidade de vezes que seu
nome é citado nos textos aqui publicados, é possível averiguar sua perenidade. Aproveitamos
a passagem do centenário da sua morte — marcada no dia 3 de junho — para acrescentar
outras vezes o nome do escritor ao registrar a recomendação de três obras para
entrar e permanecer numa literatura que se fez indispensável. Embora ainda
falte as traduções de algumas das suas obras, o nosso mercado editorial está
bem abastecido de edições de seus principais livros. Mas, atenção: o melhor
tradutor da obra de Kafka no Brasil ainda é Modesto Carone; ele traduziu quase
tudo do escritor, um trabalho que começou ainda na década de 1980 e agora
acessível nas edições da Companhia das Letras aqui recomendadas.
Na
aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você
tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
1.
A metamorfose. O início
da narrativa desta novela, um dos poucos livros publicados por Franz Kafka
em vida, se tornou célebre: “Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos
intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso.” A
partir desse acontecimento insólito, o leitor acompanha o desenvolvimento das
circunstâncias, pelo discurso de um realismo desesperador, da luta de um homem
com a sua nova condição no âmbito familiar.
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2.
O processo. Este romance
já é parte do espólio deixado por Franz Kafka com o amigo Max Brod e a
recomendação para que queimasse tudo. A narrativa acompanha outra dessas
situações para as quais do nome do escritor permitiu derivar o adjetivo de
kafkiano. Josef K. é certo dia confrontado com um processo que o arrastará para
uma interminável série de violências sobre as quais a noção de justiça nunca
chega.
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3.
O castelo. A tentativa
de chegada aos domínios de um castelo sempre frustrada desde quando o
agrimensor K. alcança uma aldeia cheia de mistério. Mesmo com uma convocação de
trabalho que o remete para a ampla estrutura no alto da colina, o agrimensor é afastado
de tal condição, o que é motivo o desenvolvimento de uma intriga passada dentro e
fora da consciência de alguém em busca contínua por respostas.
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VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
E, por referir o nome de Modesto Carone
na seção acima, registramos
este vídeo do arquivo da Biblioteca Mário de Andrade
com o registro de uma excelente conversa com o tradutor.
A página portuguesa do Goethe Institut preparou uma seleção de materiais em torno da biografia e da obra de Franz Kafka. Confira tudo por
aqui.
Outra data redonda, mas fixada
exatamente neste 1º de junho, é que marca os 150 anos do nascimento de
Macedonio Fernández — escritor indispensável da literatura argentina. Saiu em nosso Instagram
uma postagem apontando o principal livro de Fernández,
Museu do romance da Eterna.
BAÚ DE LETRAS
Ainda Franz Kafka. Até o presente,
publicamos neste ano dois textos em torno da obra de Franz Kafka: a tradução de
um ensaio de José Domingo Argüelles e uma crônica do nosso colunista Guilherme
França. Veja estes e outros textos
aqui.
DUAS PALAVRINHAS
Acredito seriamente que a Literatura é precisamente a belarte de: executar artisticamente um assunto descoberto por outros. Esta é a lei para toda belarte e significa que o “assunto” da arte carece de valor artístico ou a execução é todo o valor da arte.
— Em Museu do romance da Eterna, de Macedonio Fernández.
...
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