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Mostrando postagens de novembro 29, 2023

Napoleão, de Ridley Scott. A dispendiosa monografia de um personagem histórico

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Por Alonso Díaz de la Vega Há muito por onde escolher, mas talvez a imagem mais crua de Napoleão (2023), dirigida por Ridley Scott, seja uma em que o general francês dá ordem para disparar os canhões durante a invasão do Egito em 1798. Os soldados, obedientes, abrem fogo e, sem outra justificativa senão conseguir uma daquelas cenas que constam no trailer para vender bem o filme, uma das balas acaba enterrada na Pirâmide de Quéfren. Mas na realidade isso não aconteceu. A ficção histórica é perigosa porque desenha imaginários de sociedades inteiras; por conta disso, ainda há quem pense que Cristóvão Colombo imaginava que a Terra era plana — isso foi inventado pelo escritor Washington Irving — e certamente alguém acreditará que uma conspiração entre a máfia, a CIA e os gays matou John F. Kennedy — tal como afirma Oliver Stone em JFK (1991). Estes falseamentos generalizados revelam o fracasso da educação pública e o domínio dos meios de comunicação na formação da consciência política das