A. S. Byatt
Por Andreu Jaume A. S. Byatt. Foto: Geraint Lewis. “É a substituição da celebridade pelo heroísmo que alimentou este fenômeno. E é o efeito nivelador dos estudos culturais, mais interessados na exposição midiática e na popularidade do que no mérito literário, cuja existência questionam. Acham legítimo comparar as Brontë com o romance Best-Seller. Tornou-se respeitável ler e discutir o que Roland Barthes chamou de ‘livros para consumo’. Não que haja algo de errado com isso, mas tem muito pouco a ver com o arrepio que sentimos quando vemos através das ‘mágicas janelas, abertas sobre a espuma/ Dos mares perigosos, nas encantadas terras perdidas’ de John Keats”. Num artigo para The New York Times em 2003, Dame A. S. Byatt, que morreu em novembro deste ano, interveio assim no debate em torno do sucesso de Harry Potter , de J. K. Rowling. Para muitos, o fenômeno representava uma revitalização da literatura que devia ser saudada com entusiasmo, mas Byatt não detectou nada mais do que