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A vida à margem: crime e delito na literatura

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Por Juan Camilo Rincón Ilustração: Kiki Kogelnik.   Em 1929, o escritor argentino Roberto Arlt descreveu o que representavam os crimes de periferia: “Mas todos estão, no fundo, satisfeitos de que a vida é assim; essa vida que, para eles, só é suportável pelos crimes que a tornam vermelha.”   Os pequenos meliantes urbanos que alimentavam “a vida dramática, a existência sórdida” nas favelas marginais são os protagonistas de artigos que o autor publicou no jornal portenho El Mundo e depois compilados no livro Tratado de la delincuencia. Aguafuertes inéditas (1996).   Arlt, considerado hoje um dos escritores mais importantes do seu país, retratou nessas curtas colunas a inutilidade das leis, o trabalho da polícia e dos advogados, a indignação social e as formas de perpetrar um crime.   Essas questões também alimentaram sua ficção, na qual “explorou muito bem a fronteira, as irmandades criminosas, com objetivos disparatados e que ao mesmo tempo são tão típicos da literatura”, como afirma