Sofrer ou morrer? A Cristandade em Tchekhov
Por Guilherme França Henri de Toulouse-Lautrec. Nuit Blanche Como mera introdução, recordo-me de assistir a uma entrevista do escritor Ruy Castro para a SescTV , na qual o autor disse algo interessante: havia trocado a escrita em jornais pela escrita de livros pois, na sua visão, as suas ideias não cabiam no espaço concedido pelos artigos ou colunas. De outro lado, pensando neste espaço para escrita, certo é que um livro não traz qualquer limite específico para o escritor. Entretanto, Castro faz um alerta: não é porque o espaço do livro é ilimitado que o escritor vai “se esbaldar e escrever desnecessariamente”. O trecho da entrevista me veio à mente quando refleti sobre o fato de que alguns gênios da literatura, de fato, não precisam escrever muito para deixar uma grande marca em seus leitores, diferente daqueles que se esbaldam e escrevem páginas e mais páginas sem realmente dizer algo. E a pequena analogia serve apenas para dizer que Tchekhov, em seu conto “A aposta” (1889),